Reconhecido como o “Nobel da Educação”, o Global Teacher Prize anunciará, no próximo dia 8 de novembro, o melhor professor do mundo em 2023. Nesta edição, foram mais de 7 mil educadores inscritos, de 130 países. O prêmio da Varkey Foundation em parceria com a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) é realizado desde 2014 e oferece US$ 1 milhão (aproximadamente R$ 5 milhões) ao educador vencedor.
O professor Alberto Rodrigues dos Santos, que leciona arte apoiada em tecnologia e no protagonismo dos estudantes, é o único brasileiro entre os 50 finalistas . Entre os 10 melhores professores , há apenas uma representante da América Latina: Geisha Bonilla Cortes, do Chile.
Conheça os 10 melhores professores:
Annie Ohana (Canadá) Professora de direito, ciências sociais, humanidades e francês, Annie é especialista em antirracismo e equidade. Mulher de família marroquina que imigrou muitas vezes, enfrentou o racismo na escola, mas acredita que a educação é um mecanismo transformação social. Anne dirige o Mustang Justice, grupo de liderança juvenil voltado ao antirracismo, e também desenvolve currículos voltados à cultura de paz .
Artur Proidakov (Ucrânia) Originário de uma região sob ocupação russa na Ucrânia, Artur se dedica a promover a língua ucraniana e a educação, ensinando com paixão e inovação. Ele enfrentou desafios em meio à guerra , mas continuou a inspirar professores e alunos, promovendo o idioma e a cultura ucranianas. Seu compromisso incluiu a criação de cursos online, clubes de conversação e webinários. Ele busca ser um exemplo de como a educação pode superar a adversidade e promover a paz.
Deep Narayan Nayak (Índia) Conhecido como o ‘professor das ruas’, Deep implementou métodos inovadores de ensino para crianças em situação de vulnerabilidade social, especialmente durante a pandemia da Covid-19. Ele transformou paredes de barro em quadros-negros, proporcionando educação a alunos que pouco tinham acesso ao digital. Seu trabalho inclui educação de jovens e adultos e abordagem de questões sociais, como desnutrição e casamentos infantis.
Eric Asomani Asante (Gana) Professor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) em Gana, Eric enfrentou desafios em sua carreira, incluindo a falta de computadores e conectividade à internet em sua escola. Ele superou esses obstáculos conectando um sistema de computador a monitores de trinta alunos e criando um site offline para ensinar tópicos da internet. Seus métodos resultaram em excelentes resultados acadêmicos, especialmente em TIC. Ele também é autor de livros didáticos aprovados pelo Conselho Nacional de Currículo e Avaliação de Gana e tem doado computadores e livros para escolas em áreas de vulnerabilidade social.
Geisha Bonilla Cortes (Chile) Seu pai, que não sabia ler, inspirou o compromisso de Geisha com a educação ao aprender a ler com ela. Ela atua na remota Ilha de Páscoa, onde valoriza a língua Rapanui e promove a cultura local em suas aulas. Durante a pandemia, criou um programa de TV educativo devido à falta de acesso à internet. Seu trabalho resultou em aumento de frequência e matrículas, bem como maior participação da família na vida escolar. Geisha é reconhecida por suas histórias e poesias e foi finalista do Global Teacher Prize Chile em 2021.
Mariette Wheeler (África do Sul) Cientista e professora que combina pesquisa biológica com ensino, sua abordagem busca simplificar e envolver os alunos em atividades interativas. Seus estudantes obtêm excelentes resultados, e os professores que ela orientou também são reconhecidos por seu trabalho. Mariette já recebeu diversos prêmios, incluindo o National Best Teacher da África do Sul. Ela contribui para a divulgação científica por meio de transmissões de rádio e pretende usar o prêmio para criar um centro médico para adolescentes, apoiar comunidades rurais com equipamentos de ciência móvel e estabelecer um espaço dedicado às ciências marinhas para alunos.
Melissa Tracy (Estados Unidos) Inspirada por experiências de voluntariado no exterior e pelo impacto do furacão Katrina, Melissa se tornou professora. Ela desenvolveu um programa de estudos alimentares e um clube chamado “Girls Grow Greens” para engajar alunas em plantio e ciência das plantas. Sua abordagem prática resultou em excelentes resultados acadêmicos, além de grande impacto comunitário. Se vencer o Global Teacher Prize, pretende expandir seu trabalho e proporcionar acesso a alimentos saudáveis para mais pessoas.
Nicolas Gaube (França) Inicialmente interessado na medicina, Nicolas descobriu sua paixão pelo ensino de ciências da terra e da vida. Como professor, ele enfrentou desafios em uma escola com baixo desempenho acadêmico. Ele criou um canal no YouTube chamado “A Happy Teacher”, compartilhando experiências e recursos com educadores em todo o mundo. Seu projeto “E se aprendêssemos juntos” promove a integração de ciências cognitivas e técnicas de ensino inovadoras. Nicolas pretende usar os fundos do Global Teacher Prize para reformular os espaços de aprendizado escolar, tornando-os mais inclusivos e acessíveis, e para promover uma compreensão mais ampla e saudável da profissão docente.
Shafina Vohra (Reino Unido) A despeito de desafios pessoais após um grave acidente, Shafina é uma professora inspiradora. Ela utiliza LEGO como ferramenta educacional para envolver e ensinar os alunos, promovendo o aprendizado interdisciplinar e prático. Seu trabalho tem impactado milhares de pessoas e inspirado o uso de LEGO na educação. Shafina planeja expandir seu programa globalmente, criar kits personalizados para diversos tipos de aprendizes e continuar sua pesquisa acadêmica. Além disso, ela deseja estabelecer uma organização beneficente para capacitar comunidades carentes em STEM .
Sister Zeph (Paquistão) Sister superou um trauma pessoal e fundou uma escola aos 13 anos, impulsionada por sua paixão pela educação. Ela vem educando crianças em situação de vulnerabilidade social há 26 anos. Seu compromisso com o ensino, empoderamento de mulheres e defesa do meio ambiente lhe rendeu inúmeros prêmios e reconhecimentos. O trabalho de Sister busca reconhecer e valorizar o papel das mulheres por meio da educação e do empoderamento. Ela transformou a vida de centenas de crianças e continua a fazê-lo por meio da Fundação ZWEE. Seu impacto vai além da educação, abrangendo os direitos das crianças, a harmonia inter-religiosa e a liderança comunitária.
Da Agência Porvir