A capital do Amazonas, Manaus, completa 354 anos neste dia 24 de outubro cercada de floresta e belezas naturais, mas cheia de incertezas, desigualdades e poluição. A cidade, que é a sétima economia do país, ainda tem que conviver com o a extrema pobreza de sua população com o crescente número de pedintes, como podemos notar nos pontos turísticos do Centro Histórico e até em shoppings.
A infraestrutura de mobilidade urbana pouco avançou, sendo o Expresso, inaugurado em 2002, o último grande investimento do poder público no transporte coletivo – que segue lotado e com ônibus velhos na periferia. Nem de longe, os 200 veículos novos entregues pela atual gestão vão resolver o problema.
Manaus também valoriza pouco a sua história. O Centro com seus palacetes da época áurea da borracha está abandonado, sujo e maltratado. O Largo de São Sebastião e o Teatro Amazonas são pontos de luz e cultura em meio à escuridão, buracos e uma cracolândia que se forma ao redor durante a madrugada.
A capital do Amazonas tem um potencial no turismo ecológico, mas como justificar ao turista a imagem da Manaus Moderna e Porto com tanto lixo revelado pela maior estiagem da história ? A fumaça também arranhou a imagem internacional da cidade no mundo e será preciso um trabalho estratégico do poder público para reverter o quadro.
Manaus está ficando para trás nos debates sobre desenvolvimento socioambiental e na melhoria de infraestrutura urbana, perdendo assim o protagonismo na Amazônia e até investimentos internacionais. Só a Zona Franca não basta e ela sozinha não garantirá a evolução da nossa cidade e da sociedade como um todo.
Portando, o futuro exige de nós, manauaras, uma postura mais inteligente e sustentável tanto da população quanto de empresários e políticos. A cidade com mais de dois milhões de habitantes merece um futuro melhor que precisa a começar ser escrito hoje com mais investimentos em educação, saneamento e consciência de civilidade.