Pelo menos 37 cidades do Amazonas devem ficar isoladas, nos próximos 15 dias, por causa da seca dos rios.
Sem condições de navegação, 90% das embarcações que transportam passageiros e cargas para o interior já vem alterando rotas para chegar aos municípios, viajando com 45% da capacidade de pessoas e 25% da carga.
Mas o baixo nível dos rios pode inviabilizar as viagens.
De acordo com a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados e Contratados do Estado (Arsepam), os proprietários das embarcações estão priorizando o transporte de alimentos e remédios, não sendo possível levar veículos e equipamentos pesados, e de grandes dimensões, pois, com a baixa profundidade dos rios, as embarcações podem encalhar.
O diretor-presidente da Arsepam, João Rufino Júnior, destacou que as equipes da autarquia estão monitorando diariamente a situação das linhas e em contato constante com as associações de armadores.
Segundo a agência do Governo do Estado, o Amazonas conta com 136 embarcações que atuam em 116 linhas.
Destas, 90% estão operando com algum tipo de restrição em razão do calado, implicando no transporte de 45% da capacidade total de passageiros e 25% da capacidade suportada de cargas.
Barcos alteram rotas por causa da seca no Amazonas
A Arsepam disse que em Benjamin Constant, na calha do Alto Solimões, as pessoas vão até a cidade por meio de catraia, um barco pequeno com pouco calado.
Já as cargas, somente com rabetão, em que um pequeno motor de propulsão é acoplado na traseira de pequenas embarcações.
Conforme a Agência, grande parte das rotas foram alteradas, tendo em vista que as embarcações das linhas regulares não conseguem chegar até as sedes dos municípios.
Por isso, precisam atracar em praias distantes. Sendo assim, cabe aos passageiros realizar o custeio do transbordo de sua carga e de si próprio para uma embarcação menor, pois, somente assim, conseguem chegar ao destino desejado.
Esta operação tem aumentado o tempo de viagem em média de 30 a 40 horas.
Cidades que devem ficar isoladas por causa da seca no Amazonas
Caso a estiagem continue de forma agressiva nos próximos quinze dias, algumas linhas podem também ser impossibilitadas para a navegação tradicional, sendo possível ser adotado o mesmo tipo de operação de Benjamin Constant.
Os municípios com iminência de paralisarem suas linhas regulares são: do Alto, Médio e Baixo Solimões: Amaturá, Atalaia do Norte, Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, Tabatinga, Tonantins, Alvarães, Coari, Fonte Boa, Japurá, Jutaí, Maraã, Tefé, Uarini, Anamã, Anori, Caapiranga, Careiro Castanho, Codajás e Manaquiri.
Da calha do Médio e Baixo Amazonas: Autazes, Itapiranga, Urucurituba, Barreirinha, Boa Vista do Ramos, Maués, Nhamundá e São Sebastião do Uatumã.
Da calha do Juruá e Rio Negro: Carauari, Eirunepé, Envira, Guajará, Ipixuna, Itamarati, Juruá, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira.
Nas calhas do Madeira e do Purus, as embarcações grandes estão chegando até os municípios, porém com restrição da capacidade de passageiros e cargas.
Da Redação com informações da assessoria