Calor intenso em todo o Amazonas e a seca dos rios acima da normalidade em 23 cidades do interior levantaram o alerta para o risco de apagões no fornecimento de energia elétrica no estado. Em algumas cidades, a concessionária Amazonas Energia já enfrenta dificuldades para abastecer usinas termoelétricas.
Em comunicado, a Amazonas Energia disse que está adotando todas as medidas para evitar o comprometimento do sistema no interior, mas ponderou que a situação é de cautela. É que a maior parte das cidades é abastecida por usinas termoelétricas, alimentadas por combustíveis levados por balsas.
Sem rios navegáveis, o transporte é impraticável. Em alguns casos, o diesel está demorando até um mês para chegar ao município de destino.
Relatório mais recente da Defesa Civil do Amazonas aponta que 23 cidades estão enfrentando seca acima da normalidade. Desse total, 15 estão em situação de alerta e outros sete em atenção.
“Em todos os municípios que podem ser afetados pela vazante, o serviço de energia é realizado por meio de termoelétricas, que dependem do diesel para funcionar”.
Explica o diretor de Relações Institucionais da Amazonas Energia, Radyr Gomes.
Benjamin Constant já enfrenta problemas com a estiagem extrema dos rios Javari e Solimões e, por isso, está em situação de emergência desde o dia 3 de agosto.
“A concessionária leva o diesel de Manaus porque o custo é menor. Se fosse adquiri-lo nas cidades próximas, o gasto iria duplicar, correndo risco de não encontrar o produto na quantidade necessária. Com a descida das águas, demora mais tempo o transporte. Se houver aumento de consumo neste período, o que deve ocorrer pelo calor excessivo, é possível que não consigamos suprir a demanda a tempo de evitar um racionamento”.
Sisse Radyr.
Os pontos mais críticos em relação à logística estão situados nas calhas do Juruá e Alto Solimões, no município de Maraã e comunidades do Limoeiro, Vila Bitencourt e Purus.