O Ministério da Educação (MEC) anunciou recentemente a redução do número de Programas de Residência Médica no país, como parte da reestruturação do segmento, que inclui investimentos e capacitação. Foram cancelados 987 programas, sendo 62 da região Norte, onde é muito grande a carência de profissionais especializados. Nesse contexto, a pós-graduação surge como uma alternativa para suprir o déficit de educação continuada.
A suspensão dos programas, mesmo que provisoriamente, abre uma lacuna na formação de médicos especialistas. Na região Norte, foram cancelados 19 programas do Pará, 12 do Amazonas, 12 do Tocantins, 09 de Rondônia, 04 do Acre, 04 do Amapá e 02 de Roraima.
Conforme dados da “Demografia Médica no Brasil 2023”, estudo realizado pela Associação Médica Brasileira (AMB) e Faculdade de Medicina da USP, a região possui 1,45 médicos para cada mil habitantes. No caso do Amazonas, quando se leva em conta apenas os 61 municípios do interior – sem considerar a capital –, a relação é de 0,15 profissional por mil habitantes. O estado tem defasagem de especialistas em várias áreas.
André Raeli, Diretor Nacional de Educação Continuada da IPEMED, marca de pós-graduação da Afya, maior hub de educação e soluções digitais médicas do país, ressalta que há um número alto de médicos formados todos os anos nas universidades e que estão em busca de especialização. A redução das vagas de Residência Médica significa menos especialistas atuando no mercado e, consequentemente, isso afeta a população. “Dependendo da região onde a pessoa mora, muitas vezes precisa esperar meses por uma consulta em determinada área da Medicina”, destaca.
Segundo André Raeli, a IPEMED tem estudado esse cenário Brasil afora e proposto soluções para capacitar os novos médicos, que têm chegado ao mercado em descompasso com as vagas de Residência Médica no país. “A pós-graduação é uma alternativa viável para esses profissionais, além de contribuir com a maior oferta de especialistas no mercado”, explica.
De acordo com Raeli, a pós-graduação, além de capacitar o aluno para a prova de título, aumenta em torno de 30% o valor do salário do médico generalista, permitindo que amplie seu leque de atendimento profissional, logo depois de formado”, destaca.