Em 2022, as redes de saĂșde e educação do Amazonas identificaram que mais de 62,8% dos casos de violĂȘncia contra as mulheres acontecem dentro de casa. Os dados sĂŁo da Fundação de VigilĂąncia em SaĂșde do Amazonas â DrÂȘ Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) e embasam a campanha “Agosto LilĂĄs”, promovida pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) para o combate Ă violĂȘncia domĂ©stica.Â
Segundo o informe epidemiolĂłgico divulgado no Ășltimo mĂȘs de abril pela FVS-RCP, instituição vinculada Ă Secretaria de Estado de SaĂșde do Amazonas (SES-AM), no ano passado foram 4.691 casos de violĂȘncia contra mulheres identificados neste cenĂĄrio.Â
O estudo permite um recorte que embasa parte do trabalho a ser realizado pela Sejusc durante todo o mĂȘs de agosto. Os dados seguem o que aponta o cenĂĄrio nacional. Segundo o Instituto de Pesquisa EconĂŽmica Aplicada (Ipea), 43,1% das agressĂ”es a mulheres no Brasil acontecem dentro de casa.
A titular da Sejusc, Jussara Pedrosa, frisa que a violĂȘncia domĂ©stica nem sempre Ă© promovida pelo companheiro, ela pode ser de outro familiar, pode ser da mĂŁe, de um pai, de um padrasto, de um irmĂŁo ou qualquer pessoa que conviva dentro dessa casa, dentro desse ambiente familiar.
âTambĂ©m Ă© bom ressaltar que a violĂȘncia domĂ©stica nĂŁo Ă© sĂł uma violĂȘncia fĂsica, financeira, sexual, qualquer tipo de violĂȘncia Ă© uma violĂȘncia contra mulher. A Sejusc estĂĄ aqui para apoiar com toda a sua rede de proteção, portanto ligue 180, 181, 190, nĂŁo precisa se identificar, nĂłs estamos aqui para proteger todas as mulheresâ.
Destaca Jussara.
De acordo com a publicação, os principais tipos de violĂȘncia sofridas pelas vĂtimas foram: fĂsica, sexual e psicolĂłgica com o uso de força corporal praticados por conhecidos da vĂtima. O documento estĂĄ disponĂvel em: https://bit.ly/3zF6j3j
A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, destaca que o Informe EpidemiolĂłgico Ă© um produto da vigilĂąncia em saĂșde com base nos atendimentos feitos em unidades de saĂșde e escolas.
Ela destaca que o monitoramento da violĂȘncia contra a mulher no Amazonas estĂĄ no perfil da mulher que Ă© alvo da violĂȘncia e contribui para a construção de açÔes preventivas, mais efetivas para o enfrentamento da violĂȘncia contra a mulher no nosso estado.
âOs dados produzidos sĂŁo compartilhados com os ĂłrgĂŁos pĂșblicos e organizaçÔes da sociedade civil que lidam diretamente no enfrentamento da violĂȘncia domĂ©stica e familiar, para subsidiar a construção das polĂticas pĂșblicas e as decisĂ”es que sĂŁo voltadas para o enfrentamento da violĂȘncia contra a mulher, o que permite que as autoridades e oscs (OrganizaçÔes da Sociedade Civil) desenvolvam polĂticas e intervençÔes mais eficazes para proteger as mulheres e prevenir a violĂȘnciaâ.
Pontua Tatyana.Â
Dados
Entre os tipos de violĂȘncia mais comuns nesses casos, estĂĄ a fĂsica, que lidera o ranking, com 39,3% dos casos. Em seguida, aparece a violĂȘncia sexual, com 21,5% e a psicolĂłgica/moral, com 11,2% dos registros.
O vĂnculo com o agressor tambĂ©m chama a atenção. Somente 13,7% das vĂtimas de violĂȘncia disseram nĂŁo conhecer o agressor. CĂŽnjuges, mĂŁes, irmĂŁos, pais, padrastos, namorados, ex-cĂŽnjuges e namorados sĂŁo os que mais violentaram mulheres.
VigilĂąncia em saĂșde
No Amazonas, o monitoramento da violĂȘncia contra a mulher Ă© realizado pela FVS-RCP, por meio da GerĂȘncia de Doenças CrĂŽnicas e Agravos NĂŁo-TransmissĂveis (GVDANT), do Departamento de VigilĂąncia EpidemiolĂłgica (DVE), com base nos registros feitos nas unidades de saĂșde e das escolas.