Como naquela música, não era amor, era cilada, os amazonenses sentiram o gosto amargo da decepção durante a experiência de encontrar um “date” em aplicativos de relacionamento.
Nos últimos quatro anos, foram registrados 88 casos de crimes contra usuários dos apps como Tinder, Grindr, Badoo e Happn.
Ameaça, extorsão, falsidade ideológica e até roubo foram alguns dos crimes que os amazonenses foram vítimas durante o uso dos aplicativos de relacionamento.
Os dados foram disponibilizados pela Polícia Civil do Amazonas, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
Dentre a faixa etária das vítimas estão homens e mulheres de 17 anos até 65 anos, de diferentes profissões como estudantes, servidores públicos, motorista, administrador, manicure, professor, advogado, entre outros.
Nos dados disponibilizados, também foi informado a orientação sexual da vítima. A maioria declarou ser heterossexual ou bissexual. Muitos não realizaram a declaração.
De acordo com o titular da Delegacia Especializada em Crimes Cibernéticos, Antônio Rondon, os crimes de extorsão em aplicativos de relacionamento acontecem normalmente com o envio de “nudes” da vítima ao suspeito.
Após receber o material, em seguida ele se revela um golpista e começa a pedir quantia em dinheiro. Nesse momento do golpe, ele já tem dados mínimos da vítima como nome e endereço da vítima.
“Nos casos de crimes de roubo, o modus operandi do criminoso é marcar um encontro com a vítima e ao chegar no local, acaba tendo seus pertences subtraídos em um momento que deveria ser um encontro amoroso”
Antônio Rondon, titular da Delegacia Especializada em Crimes Cibernéticos.
O delegado afirmou que mesmo com o registro do Boletim de Ocorrência, muitas vezes é importante que a vítima vá até a delegacia para prestar depoimento, fornecendo maiores detalhes para equipe policial iniciar uma investigação.
“No crime cibernético, não existe um padrão de vítima. Podem ser de diferentes classes sociais e escolaridade. Na delegacia, por exemplo, já houve casos de cirurgiões serem vítimas de extorsão, assim como pessoas semi-analfabetas. No caso dos valores dos golpes também, depende de cada caso. Já aconteceu de a vítima depositar de R$ 100 até R$ 10 mil”
Antônio Rondon, titular da Delegacia Especializada em Crimes Cibernéticos.
Caiu no golpe e passou o pix? Tem jeito!
Muitas vezes a chave pix repassada pelo suspeito para receber o valor da extorsão pertence a alguém que já morreu e na grande maioria, pessoas de outros estados.
Nesse caso, o delegado informou que a vítima deve imediatamente comunicar à agência bancária sobre o golpe, para ter a possibilidade de reaver o valor.
Vídeo chamada como forma de segurança
Usar aplicativos de relacionamento não é crime, mas os usuários devem estar atentos com quem conversam e principalmente ter muita cautela com quem vai compartilhar informações, mas também fotos íntimas.
Uma das medidas de segurança é fazer uma ligação de vídeo para ver se realmente se trata da pessoa da foto aquela que você está se comunicando.
Mesmo não confirmando as suspeitas, é preciso sempre ter uma desconfiança em repassar informações.
Se marcar encontro? Escolha sempre locais com bastante movimentação e com certa segurança como shoppings, restaurantes, cafés.
Ana Sena, Especial para o Segundo a Segundo