Quinze anos após a realização da primeira cirurgia robótica no País, o número de procedimentos realizados a partir da tecnologia, apresentou um aumento de 417% nos últimos cinco anos. Com a chegada de novos fabricantes ao mercado, em 2023, a tendência é que o custo seja barateado em até 50%. No Amazonas, esse tipo de procedimento é ofertado por profissionais da Urocentro Manaus, através de cooperação técnica com hospitais de referência situados no Rio de Janeiro e em São Paulo, explica o cirurgião uro-oncologista e especialista na técnica, Dr. Guiseppe Figliuolo.
Presidente da seccional do Amazonas da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Figliuolo destaca que, por ser uma técnica mais precisa, permite a redução do risco de sequelas e dor pós-cirúrgicas, de sangramento durante a abordagem e proporciona alta médica após menor tempo de internação.
“Vale lembrar que a cirurgia não é feita por robôs de forma independente. Eles são controlados pelos cirurgiões, através de um console. As vantagens nesse tipo de abordagem ocorrem porque o acesso à parte interna do corpo se dá a partir de pinças cirúrgicas, que são introduzidas por incisões mínimas, o que diminui os traumas nos tecidos. O processo é todo guiado por câmera e é considerado 100% seguro. É uma cirurgia relativamente rápida e com resultados muito eficazes”, destaca.
Na urologia, o procedimento tem sido indicado para o tratamento de patologias variadas, como o câncer de próstata e a hiperplasia prostática benigna (HPB). “Por dar maior precisão a partir dos braços mecânicos, a cirurgia para tratar o câncer de próstata apresenta menor risco de desencadear, por exemplo, sequelas como a disfunção erétil, que ocorre, nesses casos, quando um conjunto de terminações nervosas próximo à glândula da próstata, é afetado com a abordagem cirúrgica”, ressalta Figliuolo.
A cirurgia robótica é realizada por médicos cirurgiões de diversas áreas, habilitados e certificados para conduzir os robôs. O curso ocorre em vários módulos, com etapas teóricas e práticas.
Até o ano passado, apenas uma marca dominava o mercado brasileiro com o fornecimento de robôs para cirurgia. Este ano, duas novas fabricantes passaram a ofertar a tecnologia. No Brasil, 111 robôs estão disponíveis em unidades de saúde, em sua maioria, privadas. Os números foram divulgados no último dia 24, em reportagem do jornal Estadão.
“Quanto maior o número de robôs em unidades de saúde, maior a oferta e menor o custo. No Amazonas, a expectativa é que essa tecnologia seja incorporada nas redes pública e privada muito em breve, trazendo mais comodidade e ampliando as opções terapêuticas para quem mora no Estado. Mas, enquanto isso não ocorre, a Urocentro Manaus tomou a iniciativa de celebrar convênios com unidades pioneiras nesse tipo de procedimento, permitindo que pacientes locais alcancem essa tecnologia de ponta”, frisou o especialista, que também é doutor em saúde coletiva.
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