De acordo com a FVS-RCP, o Amazonas não tem casos registrados, mas os números da febre crescem no Brasil
Um dos assuntos mais comentados nas redes sociais após o surgimento de casos no sudeste do Brasil, a febre maculosa é uma doença que ainda gera dúvidas na população, que busca entender como se prevenir do problema. O infectologista Noaldo Lucena, que atua na Fundação de Medicina Tropical, comenta sobre os principais conceitos da febre maculosa, doença infecciosa transmitida por carrapatos.
A febre maculosa é uma doença infecciosa, causada por um agente conhecido como Rickettsia rickettsii e transmitida através de um vetor intermediário, o famoso carrapato estrela, que tem como hospedeiros preferidos os equídeos, mas pode também parasitar bovinos, outros animais domésticos e animais silvestres.
O infectologista comenta sobre o avanço da doença no território brasileiro, especialmente no Sul e Sudeste do país.
“Essa doença é conhecida desde o início dos anos 2000, não é nenhuma novidade e ocorre com frequência no Sul e Sudeste do país. Atualmente, estamos passando por um surto, no qual vários casos têm ocorrido e algumas pessoas foram a óbito”, explica.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil registra 60 casos da doença no país, com onze óbitos confirmados. Somente no mês de junho, a procura por teste para a doença aumentou, segundo a Fundação da Ezequiel Dias (Funed), referência na análise e diagnósticos de febre maculosa em território brasileiro.
Sintomas
Os sintomas iniciais são a febre alta, de início súbito, dor de cabeça intensa, calafrios, dores musculares, dores atrás dos olhos e fadiga. O especialista afirma que a enfermidade pode ser confundida com outras arboviroses, que são doenças causadas por vírus transmitidos por mosquitos.
“É possível que a febre possa ser confundida com outras arboviroses e um mal-estar que geralmente acontece e evolui no terceiro, quarto as vezes até no quinto ou sétimo dia, com manchas avermelhadas que podem coalescerem e formar manchas arroxeadas, as quais lembram algumas vezes a meningococcemia. Então, é importante que a suspensão diagnostica exista para que o diagnóstico seja feito mais precoce possível”, destaca o infectologista Noaldo Lucena.
Cuidados e Prevenção
No caso da pessoa apresentar alguns desses sintomas leves, é importante procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS).
Segundo a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), unidade também vinculada à SES-AM, não há casos confirmados da febre maculosa no Amazonas e afirma que o estado não é área endêmica para o carrapato-estrela, ou seja, não é habitat do animal.
Mesmo sendo difícil a presença do animal, transmissor do vírus, no Amazonas. O infectologista finaliza dando dicas para evitar a doença. “No Amazonas, temos o hábito de fazer muitas trilhas devido à abundância de áreas florestais. Portanto, aconselhamos que você sempre utilize roupas claras, camisas de manga comprida, calças compridas e botas. Além disso, faça pequenas pausas a cada quatro ou seis horas para verificar se há carrapatos estrela, que são de cor marrom escura”.