O evento ocorrerá de 2 a 12 de agosto, com pinturas em prédios no entorno do Teatro Amazonas, feitas pelos artistas Denilson Baniwa e Olinda Silvano
Entre os dias 2 e 12 de agosto, o Largo São Sebastião, Centro de Manaus, será palco do Circuito Urbano de Arte (CURA) que, pela primeira vez, chega ao Norte do País e recebe o nome de CURA AMAZÔNIA. O evento, que já existe há 7 anos em Belo Horizonte (MG), visa promover um diálogo sobre história da arte, arquitetura, turismo, patrimônio, artistas e a cena da arte urbana e pública, por meio de pinturas em empenas (paredes laterais de edifícios), e também durante programação paralela.
De acordo com Jana Macruz, uma das idealizadoras do CURA, o convite para promover o evento em Manaus surgiu da empresa 3M, patrocinadora do projeto. “Recebemos o convite no final do ano passado, e achamos mágico ser Manaus, porque no novo território em que estamos, em Belo Horizonte (Praça Raul Soares), somos ‘cortados’ pela Avenida Amazonas. E desde então estamos trabalhando muito a Região Amazônica no CURA. Já contamos, inclusive, com a presença de dois coletivos indígenas o Mahku, do Acre, e o Shipibo-Konibo, do qual a artista Olinda Silvano faz parte”, explica.
Em Manaus, a artista peruana, muralista e tecelã Olinda Silvano será responsável por pintar uma das empenas e o artista plástico Denilson Baniwa, anfitrião do evento, será o responsável por pintar outra empena. Jana ressalta que a realização do CURA AMAZÔNIA é do coletivo amazonense Graffiti Queens. Além deles, o evento contará com a obra de Jaider Esbell, sua instalação urbana ‘Entidades’, criada para o Cura 2021, antes de seu falecimento.
“Entramos em contato com o grupo, por meio da artista Wira Tini, que nos apresentou o Largo São Sebastião. É um espaço bonito, que tem aglomerado de prédios ao redor, algo que não é muito comum na cidade. E é lá que acontecem os eventos culturais e grandes manifestações. Então acabou sendo a nossa escolha”, explica ela.
O espaço mirante ficará localizado ao lado do Teatro Amazonas, que permite uma visão dos dois prédios que receberam a arte de Denilson Baniwa e Olinda Silvano. “Em paralelo, temos uma programação paralela de três dias que envolve shows de DJs, bandas e rodas de conversa que irão ‘discutir’ a cena da arte urbana de Manaus. O CURA é um festival de muita escuta. Então, chegaremos na capital do Amazonas pedindo licença da cidade, dos artistas e da população”, finaliza ela.
Artistas
Denilson Baniwa será o anfitrião da edição. Com 39 anos, já bastante estabelecido na cena internacional de arte, é reconhecido por seu trabalho enquanto artista, curador e articulador de cultura digital. Nascido em uma comunidade do povo Baniwa, em Barcelos, no Amazonas, morou por dez anos em Manaus, onde estudou Ciências da Computação na Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
Além disso, já expôs seus trabalhos em espaços importantes de arte no Brasil como: Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), Pinacoteca de São Paulo, Centro Cultural São Paulo (CCSP), Centro de Artes Hélio Oiticica, Museu Afro Brasil, Museu de arte de São Paulo (Masp), além de países como França, Canadá, Estados Unidos, etc.
Olinda Silvano tem 55 anos, é peruana, artista, tecelã e muralista amazônica. Ela é uma das lideranças do povo Shipibo e por meio da arte kené, caracterizada pelas linhas geométricas, tem conseguido preservar o saber ancestral de seu povo originário, que é localizado na comunidade de Cantagallo, em Lima. A artista tem uma trajetória de mais de 30 anos e tem reconhecimento internacional.
O CURA AMAZÔNIA é uma realização da Agência Urbana de Arte (AGUA), com apoio da Tintas Coral, Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas (SEC), Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Centro Cultural Casarão de Ideias (CCCI) e Centro de Atenção à Saúde e Segurança no Trabalho (CASST), além da produção local do coletivo Graffiti Queens e incentivo da Lei Federal de Incentivo à Cultura.