Nesta quinta-feira (11/05), membros do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Manaus se reuniram em assembleia extraordinária, e determinaram uma paralização a partir da próxima quinta-feira (17/05), caso não sejam atendidos os pedidos de dissídio coletivo de 2023 e 2024, que se refere ao reajuste salarial e de benefícios aos trabalhadores.
Contando com as duas assembleias, pela manhã e à tarde, 902 trabalhadores compareceram e votaram a favor da greve. Por unanimidade, foi decido que, se até terça-feira (16/05), o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) não der uma resposta sobre o dissídio da categoria, a greve acontecerá na quarta-feira.
“No mês de abril, notificamos todos os órgãos competentes sobre o dissídio coletivo da nossa categoria, nenhuma resposta foi dada. A greve é nosso último recurso, não é o que queremos, mas se não tiver outra alternativa, os trabalhadores decidiram por parar o transporte coletivo. Tentamos resolver de forma harmoniosa, mas não tivemos sucesso. Agora não tem mais jeito, a assembleia foi feita, e os trabalhadores estão decididos em parar e buscar o que é seu por direito “
DISSE GIVANCIR OLIVEIRA, PRESIDENTE DO SINDICATO DOS RODOVIÁRIOS.
Resposta do Sinetram
O Sinetram, por meio de nota, informou que vem conversando com os trabalhadores e com o prefeito de Manaus, David Almeida, para encontrar uma solução que impacte o mínimo possível o custo do Sistema de Transporte Coletivo da cidade. Este é custeado em parte pela tarifa paga pelos usuários e pelo Poder Público, e desde 01 de março de 2017, o preço da tarifa está congelado no valor de R$3,80, valor considerado inviável para os gastos atuais do transporte público, segundo o Sindicato Empresarial.
“É importante ressaltar que, apesar da tarifa estar congelada há mais de seis anos, e de ser uma das mais baratas entre as capitais do país, todos os custos que são envolvidos para funcionar um sistema que inclui quase 1.200 ônibus operantes, vem crescendo nesse interregno de tempo e isso inclui também o aumento de salário dos motoristas que evoluiu quase 44% de 2017 até 2023. O preço do combustível, nesse tempo, também teve aumento de quase 92%, além de todos os outros reajustes dos demais insumos como pneus, peças, aquisição de frota e investimentos em tecnologias para bilhetagem, que somam quase 79% de aumento.
“O Sinetram entende que não há como somente o Poder Público bancar todos os aumentos de custos eternamente. Todos os preços públicos e privados tiveram aumento nestes seis anos, inclusive os salários de todas as categorias. Dessa forma, o sindicato entende que o acréscimo de novos custos ao valor dos serviços prestados tem que ser dividido também com os usuários que utilizam o serviço cotidianamente. Por isso, entende o Sinetram, que um reajuste da tarifa para ajudar a bancar o custo dos serviços prestados, e é imprescindível neste momento.
“O sindicato espera que o IMMU, através do seu corpo técnico e seu Diretor-Presidente, realize também seus estudos e levantamentos técnicos, por ser o órgão gestor e operacional do sistema, e leve os resultados desses estudos com o nosso pleito ao Senhor Prefeito, Davi Almeida, com o qual o presidente do Sinetram já conversou, e assim aguarda uma solução que seja sustentável para todas as partes envolvidas neste processo,” afirma a nota.