O presidente da Federação Amazonense de Futebol (FAF), Ednailson Rozenha, foi convocado a depor como testemunha na CPI da Manipulação no Futebol, que começará os trabalhos a partir desta terça-feira (23), com uma lista de 96 requerimentos para aprovar.
A Câmara dos Deputados instalou, no dia 17 de maio, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a manipulação de resultados em partidas de futebol, com o objetivo de investigar fraudes envolvendo apostas esportivas. Denúncias também são alvos de apuração policial.
Segundo Rosenha, o objetivo de sua ida é banir os criminosos e resgatar a credibilidade do futebol. A data do depoimento ainda não foi definida.
“Irei à CPI, como testemunha. Pretendo contribuir com os trabalhos, levar o que a gente apurou. Nós fomos a primeira federação a bater de frente com a manipulação, a primeira federação a denunciar, a primeira federação a suspender clube, a multar. Ou seja, nós vamos à Brasília sim. Estaremos no seio da CPI. Vamos contribuir ainda mais para tirar do meio do futebol essas quadrilhas de manipulação de resultados”, afirmou.
Além de Rozenha, dirigentes de clubes, jogadores, representantes de site de apostas, representantes de arbitragem e o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, foram convocados. Representantes do Governo Federal também foram convidados, como a Ministra do Esporte, Ana Moser; o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, entre outros. Além de órgãos públicos de outros estados como os Ministérios Públicos do Ceará e de Goiás.
Em fevereiro deste ano, a CBF encaminhou ao presidente da FAF um documento, onde a entidade revelava a suspeita em partida válida pela quinta rodada do Campeonato Amazonense de Futebol Profissional 2023. Na ocasião, o EC Iranduba da Amazônia perdeu por 7 a 0 para o Amazonas FC. Foram registradas diversas apostas apontando que o clube perderia a partida por ao menos três gols, e que ao menos cinco seriam marcados no total.
De posse do documento, Rozenha apresentou denúncia ao Tribunal de Justiça Desportiva do Amazonas (TJD-AM), na pessoa do vice-presidente da Corregedoria, Dr. Ruy Mendonça e, posteriormente, à Polícia Federal e Ministério Público. Além disso, a FAF suspendeu preventivamente o Iranduba por 2 anos, e aplicou multa no valor de R$ 100 mil reais, e, consequentemente o rebaixamento do Campeonato Amazonense. A punição se aplica também ao futebol feminino.
Após o julgamento pelo Tribunal da Justiça Desportiva do Amazonas-TJD/AM, o Iranduba foi novamente condenado, e a FAF teve sua decisão de punir o clube homologada e mantida.
No dia 14 de maio foi deflagrada a Handicap, em Boa Vista-AC, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Amazonas, em parceria com o Ministério Público de Roraima. A operação cumpriu mandados de busca e apreensão e resultou na prisão do ex jogador do Iranduba, Leo Rito.