Está previsto para começar nesta terça-feira (9), a partir das 20h, o julgamento do médico Édson Ritta Honorato pelo Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM). A informação foi repassada ao Segundo a Segundo por familiares de pessoas que morreram após atendimento na clínica do médico.
As famílias acusam Édson de negligência médica durante o procedimento de Melina Seixas e Alan Braga, que acabaram morrendo após atendimento.
O primeiro julgamento será referente a morte da jornalista Melina Seixas. A família da vítima entrou com uma ação contra o médico no conselho.
“O que nos revolta é que mesmo com todos esses indícios, o médico continua atuando em seu consultório normalmente. Sei que nada trará a Melina de volta, mas não queremos que outras famílias passem pelo que estamos passando”
DECLAROU O MARIDO DA VÍTIMA, DARLAN TAVEIRA PERES.
Em 05 de fevereiro de 2022, Melina procurou a clínica Endograstro de Manaus, localizada no bairro Nossa Senhora das Graças, para o procedimento de implantação de um balão gástrico. O responsável pela cirurgia foi Édson.
De acordo com o depoimento de Darlan, que acompanhou a esposa no procedimento, as informações dadas pelo médico e pela equipe de apoio foram poucas e desencontradas.
“Disseram que o procedimento era algo simples, e que em 30 minutos ela estaria apta para voltar para casa”
AFIRMA DARLAN.
Segundo Taveira, ao perceber que o procedimento demorava mais do que o informado perguntou ao médico como estava a esposa, e ele respondeu que a paciente estava bem e dormindo. Quase uma hora depois, Darlan viu entrar na clínica socorristas do SAMU, momento em que percebeu que havia algo errado. Quando questionado pelo marido, o médico afirmou que Melina não havia acordado e que havia sofrido uma parada cardiorrespiratória.
Ainda segundo o esposo, Melina foi encontrada dentro da sala de procedimento, no chão, desacordada, com os lábios e rosto roxos, sem nenhum tipo de equipamento de emergência para reanimá-la. Depois disso, as informações que chegaram à família foram somente através da equipe do SAMU.
Desacordada, Melina teve que ser removida da clínica de cadeira de rodas, pois a maca não entrava no elevador do prédio. Ela foi levada para o Hospital Pronto Socorro 28 de Agosto e lá sofreu outras paradas cardíacas.
Enquanto a equipe do hospital alertava que a situação de Melina era muito grave, o médico responsável pelo procedimento, por outro lado, afirmava que ela estava estável.
Infelizmente Melina veio a falecer no mesmo dia, por volta das 16h10. Após o falecimento, o médico não entrou mais em contato com a família até o presente momento.
Segundo caso
Já no dia 6 abril faleceu também Alan Leite Braga, 65 anos, após passar pelo mesmo procedimento de Melina. Segundo a família de Alan, o idoso teve uma série de complicações após a cirurgia e não recebeu orientações adequadas do médico.
Alan teria voltado à clínica dias depois pedindo a remoção do balão, mas o médico teria se recusado a tirar. Após uma piora no quadro de saúde, Alan foi levado ao 28 de agosto onde foram constatados uma insuficiência renal e um rompimento no estômago.
Alan morreu dias depois. A família também entrou com uma ação contra o médico, mas o julgamento do Alan ainda não foi marcado pelo CRM.
O Segundo a Segundo tentou contato com o médico, mas até a publicação deste material não foi possível localizá-lo. O conteúdo será atualizado caso haja retorno.