A Polícia Federal do Acre cumpriu, nesta quinta-feira (2/3), 21 mandados de busca e apreensão em Eirunepé e Manaus, no Amazonas, como parte das ações da operação Cama de Gato. A operação investiga uma organização criminosa que atua praticando crimes de fraude à licitação, desvio de recursos, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro na prefeitura de Eirunepé.
Segundo a PF, as fraudes ocorreram durante e após o período da pandemia do COVID 19. As contratações eram, em sua grande maioria, realizadas por meio de dispensa de licitação. Em apenas um dos contratos, foi verificado que a prefeitura de Eirunepé pagou por 150 mil máscaras de proteção mais do que o dobro do valor cobrado em todo o estado do Amazonas. Além disso o quantitativo adquirido equivale a cinco vezes o contingente populacional da cidade. O prejuízo ao município ultrapassa R$ 10 milhões em contratações fraudadas.
A operação teve como alvo pessoas físicas e jurídicas, dentre elas agentes políticos, servidores públicos, familiares e terceiros, integrantes da organização criminosa.
Após um ano de trabalho investigativo, a polícia identificou que um grupo criminoso, ligado à cúpula do Poder Executivo, municipal participava de um esquema de desvio de recursos públicos realizado através da contratação de empresas fictícias ou de fachada, constituídas com o único objetivo de desviar verbas federais.
Foram mobilizados cerca de 50 policiais da Delegacia de Polícia Federal de Cruzeiro do Sul e da Superintendência da PF no Amazonas, além do apoio do destacamento da Aeronáutica em Eirunepé.
A estimativa é que os desvios estejam ocorrendo desde o ano de 2020. O prejuízo ao município ultrapassa R$ 10 milhões em contratações fraudadas.