A situação precária da BR-319, rodovia que liga o Amazonas ao restante do país, é alvo de reclamações de caminhoneiros, motoristas de ônibus e moradores de municípios do sul do estado. O caso chama ainda mais atenção quando se considera o volume de R$ 764 milhões em recursos destinados pelo governo Bolsonaro em contratos de manutenção da rodovia.
Foi na BR-319, no trecho do município de Careiro da Várzea, que duas pontes desabaram causando mortes e isolamento no final do ano passado. Até agora, a recuperação definitiva do trecho não foi resolvida.
Mais para o sul do Amazonas, a rodovia tem condições ainda piores, colocando em risco a vida de quem precisa da estrada, que é a única a ligar o Amazonas por via terrestre ao restante do país.
As chuvas intensas, neste período do ano, estão deixando a rodovia intrafegável, obrigando veículos a ficarem horas no atoleiro e motoristas a mergulharem na lama para tentar seguir viagem.
Em manifestação virtual, há uma semana, os caminhoneiros estão enviando vídeos e fotos do caos na área por meio de grupos no Whatsapp. Em um dos relatos, um homem disse que uma carreta ficou 12 dias atolada. A situação é tão difícil que muitos têm optado pelas balsas na hora de seguir viagem. O trecho mais crítico fica no município de Humaitá.
Manutenção
Um levantamento feito pela Transparência Internacional – Brasil (TI-BR) apontou que a BR-319 possui 14 contratos em vigor, somando R$ 764 milhões em recursos para execução de obras e manutenção da rodovia de 2020 a 2027.
A maioria das obras na rodovia tem o objetivo de garantir as condições de trafegabilidade e a segurança dos usuários, e a Superintendência Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Amazonas é responsável por boa parte desses contratos.