Modelo terapêutico referência no Brasil, a equoterapia da Polícia Militar do Amazonas (PMAM) ampliará vagas para novos praticantes em 2023. Com a aquisição de equinos, entregues no mês passado, e a reforma do núcleo, a modalidade estima aumentar de 150 para 275 o número de pessoas atendidas pelo serviço que trabalha o desenvolvimento psicossocial.
A modalidade é executada no Núcleo de Equoterapia, localizado no bairro Dom Pedro, zona centro-oeste de Manaus. As instalações inauguradas em novembro de 2020 concentram investimentos na ordem de R$ 2,8 milhões do Fundo de Promoção Social e Erradicação da Pobreza (FPS). As obras incluem a ampliação de quatro edificações, incluindo picadeiro, administração, depósito e esterqueira.
De acordo com o subcomandante do Regimento da Cavalaria, capitão João Paulo Queiroz, a reforma do espaço e a aquisição de novos cavalos possibilitaram ampliar os horários e o número de vagas para praticantes. A terapia com o uso de cavalos atende pacientes com paralisia cerebral, autismo, hiperatividade, deficiência auditiva, síndrome de Down, Asperger, entre outros.
“Antes dessa estrutura nós tínhamos uma limitação quanto aos horários. Começávamos às 6h e íamos até as 9h30, em razão do calor. A partir da entrega do picadeiro nós estendemos os horários, não só pela manhã, até às 11h30, como passamos a implementar equipes multidisciplinares com trabalho à tarde”, afirmou o capitão.
Ele acrescenta ainda que o núcleo deve alcançar mais de 200 praticantes a partir do próximo ano. Isso será possível porque, com a aquisição de mais 41 cavalos, em 2022, pela Polícia Militar, a equoterapia poderá aumentar de três para oito equinos exclusivos para a modalidade terapêutica.
“Antes do picadeiro nós atendíamos 60 praticantes. Após o picadeiro nós passamos para 150 praticantes. Com essa demanda de aquisição de equinos, no próximo ano nossa meta é atingir 275 praticantes, proporcionando para a sociedade amazonense essa prática e diminuindo a nossa lista de espera”.
O que é a Equoterapia?
A equoterapia é destinada para praticantes a partir de indicação neurológica. Em seguida, um protocolo é executado pela equipe multidisciplinar do núcleo, composta por educador físico, equitador, psicólogo, fisioterapeuta e fonoaudiólogo. Os benefícios corporais são indicados por profissionais porque a modalidade desenvolve mais de 2.000 frequências por minuto na musculatura dos praticantes.
“A evolução é tremenda. Já vimos casos de praticantes que vieram aqui sem mobilidade, com atividade locomotora muito fragilizada e que, em pouco tempo, conseguiu estabilizar e estabelecer um ritmo de vida muito acima do que tinha antes”, explicou Queiroz.
A evolução física e mental é notada naqueles que praticam a modalidade. Pai do pequeno Arthur Henrique, de apenas 7 anos, Warlley Vieira, 29, conta que o menino participa da atividade há cerca de cinco meses. Ele descreve a satisfação de ver a progressão de Arthur.
“Demos entrada em 2020, e até então o picadeiro não estava pronto. Ele está há cinco meses fazendo a equoterapia, e a evolução dele é mais na parte motora, está bem mais firme, o tronco. Também é a felicidade dele em estar vindo se encontrar com os cavalos, estar na prática com outras crianças também. É extremamente importante para ele e para a gente também, que é pai e está todo dia junto”.
A dona de casa Melícia Ramos, 39, também pontuou os benefícios da equoterapia para o filho Matheus Felipe, de 9 anos. Após ser aprovado na triagem para fazer a terapia, Melícia comemorou a oportunidade de ver a criança, que tem epilepsia e paralisia cerebral, avançar na recuperação.
“Com a equoterapia todo mundo dizia que melhorava muito os movimentos. Nós viemos atrás e graças a Deus conseguimos. Ele já melhorou bastante, a postura, ele está mais calmo, prestando atenção nas coisas. Desde quando ele começou vimos muitas melhorias não só posturais e também dele mesmo, querendo participar das coisas”.