A laranja é uma das frutas mais consumidas no mundo e foi pensando no seu potencial econômico que a pesquisa financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), sob coordenação de José Ferreira da Silva, pesquisador da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), analisou a geração, o desenvolvimento e a adaptação tecnológica para o agronegócio citros no Amazonas.
Os resultados obtidos com o estudo intitulado “Avaliação de novas combinações de copas/porta-enxertos, manejo fitossanitário e boas práticas de cultivo, em citros no Estado do Amazonas”, apoiado pelo Governo do Estado, via Programa Pró-Estado, Edital N°. 005/2019, permitiram o aperfeiçoamento do processo produtivo, garantiram a melhoria, a conservação da fertilidade do solo, maior equilíbrio fitossanitário do pomar e mais sustentabilidade para o produtor.
O coordenador da pesquisa fala da importância da introdução de novas combinações de copa e porta-enxertos de citros na citricultura amazonense, em especial no Rio Preto da Eva, município a 57 Km de Manaus, onde há a maior representatividade para esse tipo de cultura. A adoção dessas novas práticas possibilitou a indicação de quatro novos porta-enxertos como alternativas mais qualitativas, em comparação ao porta-enxerto mais frequente na citricultura local, o chamado limoeiro ‘Cravo’.
“As vantagens competitivas dos quatro porta-enxertos se referem principalmente à produtividade obtida (bem acima da média estadual) e tolerância a doenças comuns da região (especialmente gomose e declínio). Os estudos que ocorrem desde 2013, indicaram como alternativas viáveis os porta-enxertos: Índio, Riverside, San Diego e BRS Bravo. Todos eles bastantes produtivos, especialmente com 4 variedades de copas também estudadas: Pera, Pineapple, Rubi e Valência Tuxpan”, disse.
Potencial e resultados
A produção de laranja ainda não atingiu o seu potencial, principalmente por conta do baixo cultivo de algumas regiões e da falta de uso de tecnologias inovadoras e adaptáveis às condições locais. Segundo o pesquisador, os estudos influenciam no investimento da cadeia agrícola e beneficiam todo um setor que dá suporte ao agronegócio citros.
Sobre as tecnologias geradas e adaptadas para o agronegócio, José Ferreira citou não só o uso de novas alternativas de variedades de copa e porta-enxertos de citros, por meio da ampliação da base genética dos materiais utilizados nos plantios, mas também a possibilidade de maior número de plantas cítricas por área.
Outras alternativas práticas para o produtor são a redução da competição das plantas cítricas, com a matovegetação local, introduzindo capins perenes, como o Urucloa ruziziensis e a diminuição no uso de herbicidas nos pomares cítricos por conta do manejo de gramíneas com uso de roçadeiras.
Os resultados adquiridos durante a pesquisa podem auxiliar o agricultor no seu dia a dia. “Um dos pilares do projeto é a transferência de tecnologias e formação de mão de obra qualificada através de cursos, treinamentos, dias de campo e seminários. Técnicos da extensão rural são sistematicamente treinados por pesquisadores e professores envolvidos no projeto sobre as tecnologias desenvolvidas ou introduzidas”, disse.
Sobre o Programa
O Programa Pró-Estado, da Fapeam, visa fortalecer e incentivar o desenvolvimento de iniciativas que ampliem a formação de recursos humanos em nível de Pós-Graduação stricto sensu (PPGSS), que consiste em apoiar, com recursos financeiros, ações de formação de recursos humanos e melhoria da infraestrutura de pesquisa de instituições, vinculadas ao Governo do Estado do Amazonas, o desenvolvimento e utilização de conhecimento científico e inovação tecnológica no âmbito das instituições estaduais de ensino superior.
Fotos: Divulgação/ José Ferreira da Silva