A iniciativa foi de professores da Educação Especial
Professores da Escola Estadual de Atendimento Específico Mayara Redman Abdel Aziz, zona centro-oeste de Manaus, criaram uma tabela periódica em braille, com foco nos estudantes e professores com deficiência visual. O material foi produzido com o apoio do Conselho Regional de Química – 14ª Região, e trouxe ao Amazonas o pioneirismo no uso e confecção do material adaptado.
Os trabalhos para a criação da tabela começaram quando a equipe da escola percebeu que não existia um material, desse porte, adaptado para os estudantes. A partir disso, professores começaram a alinhar e articular parcerias para a criação e produção do material em braille.
“Temos que vencer as barreiras da sociedade para que aceitem nossos estudantes da educação especial”, pontuou a gerente de Educação Especial, Lucilene Macedo.
O gestor da escola de Atendimento Específico, Willas Costa, celebra o feito e a inclusão. “Isso aqui é a concretização do processo de inclusão, porque agora eles vão ter uma tabela para eles. E, que a partir disso, a gente possa, não só ficar na tabela periódica, mas que dê oportunidade para outras atividades, outras ações, em prol dos alunos da rede estadual de ensino, nesse processo de inclusão, tanto na escola, como na sociedade,” enfatiza.
A professora Fernanda Almeida, da sala de recursos da Escola Estadual Inspetora Dulcinéia Varela Moura, na zona norte, diz que é um ganho para os recursos didáticos e que o material pode abrir portas para novos materiais adaptados.
“Essa produção é importante para os alunos da Educação Especial, agora eles vão poder aprender muito melhor com esse recurso. A palavra de hoje é gratidão”, pontua.
Acessibilidade
A ideia do projeto é lançar o material adaptado em todo o Amazonas e, posteriormente, distribuir para o Brasil, permitindo que os elementos da tabela periódica sejam compreendidos por todos.
Yasmim Carvalho, de 14 anos, cursa o 9º ano na Escola Estadual de Tempo Integral (EETI) Áurea Pinheiro Braga, zona oeste, a estudante, deficiente visual, foi uma das primeiras a ter o contato com a tabela. Muito curiosa e fascinada por ter um material inédito em suas mãos, ela diz que terá uma melhor desenvoltura nos estudos de Física e Química.
“Eu achei incrível, ainda mais para nós que somos deficientes, porque muitas das vezes as pessoas subestimam nossa inteligência. Esse material vai ser muito aproveitado por mim”, finaliza a aluna.
FOTO: Eduardo Cavalcante/Seduc