A formação de novos atletas que representarão o estado do Amazonas em grandes competições internacionais começa pelo incentivo e descoberta de novos talentos nas periferias. Esse é o trabalho que vem sendo executado pelo Projeto Esporte e Lazer na Capital e Interior (Pelci), criado pelo Governo do Estado e que soma mais de 7 mil atletas, entre os quais, grandes potências nacionais.
Membro da seleção brasileira de patinação, Luiz Tamayo é um dos atletas descobertos pelo projeto em Tabatinga (a 1.108 quilômetros de Manaus). “Representando meu estado e além do Mundial em 2021, onde tive bons resultados, conquistei a vaga para correr o Sul-Americano, e isso é muito importante para minha carreira no esporte”, comentou o atleta que levantou a bandeira do Amazonas no Campeonato Mundial de Patinação de Velocidade, na Colômbia.
Criado pelo governador Wilson Lima, o Pelci já está presente em Manaus e outras seis cidades. A 850 quilômetros da capital amazonense, São Gabriel da Cachoeira foi o primeiro polo do Pelci no interior. Atualmente, Tabatinga, Envira, Humaitá, Codajás e Fonte Boa também são integrados ao projeto, que leva iniciação esportiva para jovens e crianças. Em Manaus já são 21 núcleos espalhados por diversos bairros.
“Todo trabalho de gestão aplicado na execução do Pelci tem um resultado da internacionalização do esporte amazonense. Estamos fomentando o esporte desde a base, para que atletas representem o Amazonas mundialmente, é já temos grandes nomes, como o Luis Tamayo, da patinação, e o Jajá, que hoje é o segundo melhor do mundo no Wakeboard”, afirmou Jorge Oliveira, diretor presidente da Fundação Amazonas de Alto Rendimento (Faar).
Até o mês de agosto deste ano, o Pelci já desenvolveu 150.550 horas/aula com os atletas de base. Entre as modalidades, estão futebol, futsal, futevôlei, atletismo, basquete, handebol, luta olímpica, jiu-jitsu, entre outros.
Vindo de resultados expressivos, outro destaque amazonense é o atleta indígena Jair Paulino, conhecido como “Jajá”, que participou do Campeonato Mundial de Wakeboard, na Itália. Ele ficou em segundo lugar no evento que reuniu mais de 170 atletas de todo o mundo.
“Me preparei muito para esse campeonato e consegui conquistar mais um título importante. Agora, sou o segundo melhor do mundo!”, comemorou o atleta da Seleção Brasileira de Wakeboard.
Representatividade no esporte
Com cerca de 100 atletas matriculadas no núcleo do projeto no CDC da Compensa, bairro da zona oeste de Manaus, o futebol feminino teve um crescimento de 40% desde o início das atividades.
Uma das atletas destaques no projeto é Ana Júlia de Souza, de 16 anos. “O futebol é minha paixão e, assim como eu, tem muitas meninas que sonham em ser jogadoras de futebol. Com o Pelci sei que podemos nos dedicar todo dia para realizar esse sonho”, ressaltou a adolescente atleta.