Imagine que você está pagando o financiamento do seu carro quando surge uma forma milagrosa de reduzir o valor das parcelas. Imediatamente você aceita a proposta, acreditando que seja verídica. Diante de situações como essa, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada em Crimes contra o Consumidor (Decon), alerta sobre o golpe da redução da parcela de financiamento de veículos.
O delegado Eduardo Paixão, titular da unidade especializada, esclareceu que, para praticar o crime, o grupo criminoso cria um Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), com aparência de assessoria financeira, e promete mais de 50% de redução nas parcelas de veículos financiados.
“Os infratores anunciam, nos bairros, uma nova assessoria financeira que, supostamente, reduz o valor do seu boleto em 50% ou 80% e, assim, pedem as informações pessoais e o carnê do financiamento, prometendo atualizar esses valores. O grupo criminoso gera um novo carnê, com metade do valor, que, na verdade, não pertence à uma empresa financiadora, e, sim, debita o dinheiro na conta dos infratores”, disse.
Paixão informou ainda que os consumidores só percebem a ação criminosa após efetuar alguns pagamentos de boletos e novas taxas em venda casadas, pois o carnê verdadeiro segue em inadimplência na empresa que financiou e, logo, chegam avisos de endividamento.
“Ao caírem no golpe, as vítimas têm restrições financeiras e são avisadas pelos infratores para esconderem os veículos. Então, surge a busca e apreensão do bem pela empresa financiadora, pois o automóvel possui restrição bancária, por não quitação das prestações”, contou.
O titular da Decon explica que nem toda revisão contratual de financiamento é um golpe, mas o próprio consumidor pode negociar diretamente com o banco ou demandar judicialmente.
“As únicas maneiras legais de se reduzir parcelas de financiamento é diretamente com a empresa financiadora. O advogado pode entrar com pedido de negociação ou de forma gratuita por meio da defensoria pública”, falou.
Dicas para evitar o golpe
O delegado enumera algumas dicas para se proteger deste golpe, como, por exemplo, certificar se não há denúncias contra a empresa, desconfiar de promessas de reduções milagrosas e, principalmente, não abandonar o pagamento do boleto original.