O câncer de próstata é o tumor mais comum nos homens no Amazonas. Para o ano de 2022, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que 480 indivíduos vão apresentar a doença, que se descoberta precocemente, pode ter cura. “Os tumores de próstata, quando diagnosticados precocemente, numa fase inicial, têm grandes chances de cura”, explica o gerente do serviço de Urologia da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado (FCecon), André Mancini.
Unidade vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), a FCecon oferece tratamento multiprofissional com cirurgias minimamente invasivas, quimioterapia e radioterapia.
É essencial realizar os exames de rastreio, como o Antígeno Prostático Específico (PSA) e o de toque, aos 50 anos de idade para a população masculina em geral. Homens com histórico de doença de próstata na família iniciam seus exames aos 45 anos.
Na rede pública, esses exames podem ser realizados em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de casa. Caso haja alteração e confirmação de câncer, o paciente será encaminhado para a FCecon.
“Homens com dor para urinar, jato de urina diminuído, aumento do número de vezes para urinar de dia e à noite ou com sangramento na urina devem ir ao urologista para uma avaliação especializada”, ressalta Mancini.
Hábitos saudáveis de vida são importantes para se evitar o câncer de próstata nas formas mais agressivas. O homem deve evitar a obesidade, o sedentarismo e a exposição a produtos químicos industriais, produtos de petróleo, dentre outros.
A Fundação Cecon oferece tratamento para pacientes com câncer de próstata tanto na fase inicial, quanto nas fases avançadas. “Há disponível o tratamento cirúrgico do câncer de próstata, a radioterapia, a hormonioterapia e a quimioterapia. O tratamento é sempre individualizado e depende da idade do paciente, do tipo de tumor e da extensão da doença”, afirma Mancini.
Cirurgias
De janeiro de 2019 a julho de 2022, 717 cirurgias urológicas foram realizadas na FCecon. Nos últimos quatro anos, houve a aquisição de duas torres de vídeo para procedimentos na especialidade, no valor total de R$ 720 mil, informa a gerente do Centro Cirúrgico da FCecon, enfermeira Graça Gondim.
Os equipamentos são empregados para realização das cirurgias laparoscópicas, procedimento minimamente invasivo, feito mediante pequenas incisões, sendo menos traumático que as cirurgias convencionais. Esse tipo de procedimento permite que o paciente tenha, inclusive, alta mais precocemente.
Quimioterapia
Outra frente para tratar a doença é o tratamento quimioterápico. O objetivo da quimioterapia é reduzir a massa tumoral e controlar a doença para atenuar os sintomas, em particular a dor óssea, além de melhorar a sobrevida e a qualidade de vida.
“Atualmente, o principal uso da quimioterapia é para aqueles pacientes que falharam os tratamentos hormonais prévios injetáveis e orais. Entretanto, em alguns casos, principalmente quando os novos agentes inibidores hormonais não estão disponíveis, a quimioterapia pode ser inclusive administrada no início, juntamente com a hormonioterapia injetável, como primeiro tratamento da doença avançada”, explica o gerente do serviço de Farmácia da FCecon, farmacêutico Kacio Souza.
Hormonioterapia
Nos pacientes com envolvimento ósseo ou de outros órgãos, o tratamento de escolha é a hormonioterapia. A probabilidade de resposta a essa forma de tratamento é maior que 85%.
“Diversos estudos demonstraram o efeito benéfico aditivo de agentes inibidores hormonais orais no tratamento combinado do câncer de próstata avançado. A combinação da hormonioterapia injetável com estes novos agentes inibidores hormonais orais foi associada a maior longevidade nos pacientes com doença avançada, além de proporcionar uma melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes”, diz Souza.