O consumo de cigarro está associado a 12 tipos de câncer, doenças cardiovasculares e pulmonares. Em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado em 29 de agosto, a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), unidade vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), reforça o alerta à população de que o fumo pode levar a pessoa à morte.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), ligado ao Ministério da Saúde (MS), o tabagismo foi responsável pela morte de 161.853 pessoas no Brasil, em 2020, uma média de 443 mortes por dia.
O tabagismo é responsável por 30% de todas as doenças cardiovasculares e 90% de todos os cânceres de pulmão, alerta o cardiologista Aristóteles Alencar, coordenador do Programa Estadual de Controle do Tabagismo no Amazonas, ligado ao Departamento de Prevenção e Controle de Câncer (DPCC/FCecon). Segundo ele, o fumo também está relacionado a doenças vasculares, que podem levar à amputação de membros, ao Acidente Vascular Cerebral (AVC) e ao infarto do miocárdio.
“Fumar pode levar a pessoa à morte. É uma equação muito simples. Metade dos fumantes morre; a outra metade fica doente. Ninguém passa incólume em relação ao cigarro. O melhor cigarro é aquele que não é fumado. Mesmo que seja um por dia, ele pode causar doenças”, afirma Alencar.
Amazonas
Dados do Registro Hospitalar de Câncer (RHC) da FCecon apontam o diagnóstico de 88 pessoas com câncer de traqueia, brônquio e pulmão em 2020.
Já as estimativas do Inca apontam que o Amazonas irá registrar 320 novos casos desses cânceres para cada ano do triênio 2020 a 2022. Mas o tabagismo está associado a outros 11 tipos de câncer, dentre eles de boca, laringe, bexiga, esôfago, colo do útero e estômago.
Ações
No Amazonas, o Programa Estadual de Controle do Tabagismo desenvolve há 20 anos um trabalho de conscientização sobre os males do fumo. São palestras e treinamentos para equipes da Saúde e Educação de Manaus e do interior, e atividades educativas para a população.
As ações tiveram resultado, e o Amazonas ficou em terceiro lugar entre os estados com o maior número de abandonos ao cigarro, conforme a última pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do MS, de 2019.
O estado teve, também, a primeira capital no país onde o fumo dentro de shopping foi abolido. Esse fato ocorreu no dia 31 de maio de 2000, no Amazonas Shopping. A partir dessa data, a medida foi adotada em outros estados.
Ajuda
O tabagismo é considerado uma doença crônica, e a ajuda ao fumante pode ser obtida nos Ambulatórios do Fumante, de responsabilidade das prefeituras. No caso de Manaus, uma lista com os locais de atendimento (https://semsa.manaus.am.gov.br/prevencao-e-controle-do-tabagismo/) está disponível no site da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). Os serviços fornecem suporte profissional e medicamentoso para pessoas que desejam parar de fumar.
“Assim como nós temos atendimento ao diabético e ao hipertenso, o tabagismo é considerado uma doença crônica, então a pessoa tem que se tratar, não pode querer se curar por si própria. Raramente a pessoa consegue abandonar por sua livre e espontânea vontade. O ideal é que tenha um acompanhamento para que não haja uma recaída”, disse Aristóteles Alencar.
FOTOS: Arquivo/FCecon