As belezas do Amazonas serão cenário para uma comédia romântica brasileira, o filme “Ricos de Amor 2”, sucesso da Netflix, estrelado por Giovanna Lancellotti e Danilo Mesquita. A sequência do longa, que foi lançado em 2020 pela plataforma de streaming, começou a ser gravada no dia 15 agosto. Esta é a oitava grande produção do audiovisual brasileiro a ter o Amazonas como cenário, desde 2019, de acordo com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa, que presta auxílio ao andamento das produções.
Nesse período, o Amazonas foi cenário para documentários, filmes de curta e longa metragem e a minissérie Aruanas, da TV Globo, que ganhou repercussão internacional.
“Ricos de Amor 2” teve ao menos quatro regiões como locação. O imponente Teatro Amazonas, no centro histórico de Manaus, as cachoeiras do município de Presidente Figueiredo (a 126 quilômetros da capital); a comunidades ribeirinha Acajatuba, em Iranduba (a 27 quilômetros da capital); e a comunidade indígena Tatuyo, na zona rural de Manaus.
Com direção de Bruno Garotti, que também assina o roteiro ao lado de Sylvio Gonçalves, “Ricos de Amor 2” mostra os dilemas da relação entre o jovem Teto (Danilo Mesquita), filho de um pai milionário, e de Paula (Giovanna Lancellotti), uma médica que sempre lutou pelos seus ideais. Na continuação do filme, Paula lida com o trabalho voluntário na Amazônia, enquanto Teto tenta expandir os seus negócios no rio Negro.
O diretor Bruno Garotti participou há uma década da produção da série “As Brasileiras”, da Rede Globo, que teve um episódio gravado no Amazonas. Nessa época, apaixonou-se pela paisagem local e, por isso, a escolheu para a continuação de “Ricos de Amor”.
“Fiquei com essas locações todas guardadas na cabeça, então, na hora de desenvolver a história, foi natural escrever essas cenas, essas situações, nesses lugares que eu já conhecia e que já tinham me encantado. Eu queria trazer para história esse mesmo encantamento que eu senti na minha primeira viagem aqui para o estado”, revelou o diretor.
“Ricos de amor 2” será exibido para mais de 170 países, em 24 idiomas. Para o produtor-executivo do longa, Júlio Uchôa, isso aumenta a responsabilidade de produzir um filme bem feito e que tem como cenário as belezas do Amazonas.
“É uma continuação de uma comédia romântica, então a gente está mostrando uma Amazônia convidativa, bonita. Isso aumenta ainda mais o nosso compromisso de que estamos construindo um belo filme”, disse Uchôa.
“E nada disso teria acontecido se a gente não tivesse o apoio de todos, aqui na comunidade de Acajatuba. No Teatro Amazonas tivemos o apoio da Secretaria de Cultura, o secretário Apollo e seus assessores entenderam totalmente a importância de que tínhamos que viver. E ao governador, que realmente abriu as portas do estado, eu quero agradecer”, completou.
Para o ator Danilo Mesquita, 30, gravar no rio Negro é uma grande oportunidade. “Poder estar aqui realizando esse sonho, de estar no rio Negro, de estar na Amazônia, pra mim, têm sido dias maravilhosos. Fico feliz de estar aqui, de poder encontrar artistas daqui, tendo essa oportunidade de conhecer mais um pouco, sou muito fã dos artistas, das pessoas que eu conheci aqui”.
A atriz Giovanna Lancellotti, 29, também se encantou pela Amazônia e afirmou que vai sentir muitas saudades de tudo o que viveu nos últimos dias.
“Por mim a gente gravava o filme todo aqui, infelizmente, foram esses primeiros 15 dias, mas com certeza vai ser a parte mais linda do nosso filme, é o que a gente filmou aqui, porque é muito real, a gente estava todo mundo muito entregue. Eu com certeza vou morrer de saudade desse nascer do sol, o céu estrelado do nosso barco, foi muito especial. Amazonenses, obrigada pelo carinho, espero que vocês também se sintam representados e gostem muito do nosso filme, um beijo”.
Durante duas semanas de gravações no Amazonas, o filme “Ricos de Amor 2” gerou mais de 200 empregos diretos e indiretos, com a contratação de moradores da região para fazer figuração, trabalhar na produção e em toda logística. A equipe técnica e o elenco ficaram hospedados em dois iates, atracados no rio Negro.
Adanilo é um dos artistas amazonenses que integrou o elenco de “Ricos de Amor 2”. Para ele, que se reconhece como um ator indígena, participar do longa é uma grande oportunidade para mostrar a realidade local.
“Costumo falar que agora já não podem mais fazer essas grandes produções audiovisuais sem a gente, nunca mais falar da gente, sem a gente. E “Ricos de Amor” está sendo essa oportunidade de mostrar um conteúdo daqui, trabalhar com gente daqui e esse momento tem sido muito importante na minha carreira, que começou em 2016, esse movimento de retomada indígena, retomada identitária, espiritual”, pontuou.
Produções audiovisuais no Amazonas
2019
- ‘Aruanas’, minissérie da Rede Globo, gravada em Manaus e em Manacapuru
- Série da Netflix ‘Bandidos na TV’
- Documentário ‘Soldados da borracha’, de Wolney Oliveira
- Filmagens em Itacoatiara, do longa-metragem do diretor baiano Sérgio Machado, inspirado no livro de contos ‘A cidade ilhada’, do escritor amazonense Milton Hatoum. Filme ainda inédito e sem nome definido, será ‘o adeus ao comandante’ ou ‘Anaíra’
2020
- Curta-metragem ‘O barco e o rio’, do Amazonas, do diretor Bernardo Ale Abinader, conquista 5 Kikitos no Festival de Gramado de 2020
2021
- Longa-metragem documentário ‘A última floresta’, de Luiz Bolognesi, gravado no Amazonas e em Roraima
- Início das gravações do longa ‘Deus me livre, mas quem me dera’, de Flávia Abtibol e Fábio Baldo, que foi o projeto selecionado para ser o telefilme regional do Amazonas na Globo Filmes