O mês de julho é marcado pela campanha Julho Verde, para conscientizar e alertar a população quanto aos cânceres de cabeça e pescoço, que devem afetar, pelo menos, 300 pessoas no Amazonas, por ano. A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado (FCecon), unidade vinculada à Secretaria de Saúde (SES-AM), alerta para os sintomas da doença.
Segundo o médico cirurgião de cabeça e pescoço da FCecon, Raimundo Monteiro Filho, é comum que apareçam feridas brancas ou avermelhadas na boca que não cicatrizam, nódulos na região do pescoço e rouquidão que não melhora em duas semanas. Todos são indicativos da doença, que é investigada através de exames de imagem e, posteriormente, confirmada com biópsia.
A doença tem fatores de risco, como o tabagismo e a ingestão de álcool. O Papilomavírus Humano (HPV) é outro fator para o aparecimento do câncer na boca e garganta.
“Aumentou muito a incidência do câncer de cabeça e pescoço relacionado ao HPV. Antigamente, a grande maioria estava relacionado ao tabagismo e ao etilismo. Mas hoje vemos que vem aumentando os diagnósticos dos cânceres de língua, cavidade oral e laringe em relação ao HPV”, disse Monteiro, destacando que a vacina contra o HPV é uma das armas para a prevenção.
Atualmente, a vacina contra o HPV é oferecida gratuitamente, nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), a meninas, dos 9 aos 14 anos, e meninos, dos 11 aos 14 anos.
Orientação – O médico orienta que a população tenha o hábito de examinar a boca e o pescoço, para verificar se há feridas ou nódulos visíveis e palpáveis. Na rede pública de saúde, as UBSs são porta de entrada para o usuário. Após avaliação, os pacientes são encaminhados a outras unidades, conforme necessidade de especialidades médicas e exames.
Monteiro também sugere que os pacientes eliminem de suas vidas o uso de cigarro e bebidas alcoólicas.
Tratamento – Na Fundação Cecon, unidade de tratamento para os casos diagnosticados de câncer de cabeça e pescoço, os pacientes são tratados com cirurgia, quimioterapia e radioterapia, dependendo do tipo da doença. No caso da tireoide, há, também, a iodoterapia.
As chances de cura variam conforme o tipo de célula presente no tumor. No caso da tireoide, por exemplo, chegam a 98%. Há, ainda, casos na laringe e boca que as chances de cura chegam a apenas 50%.
Dados – O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que, por ano, o Amazonas registre 300 novos casos de neoplasia maligna de cabeça e pescoço, dentre eles de cavidade oral, laringe, tireoide e esôfago.
FOTOS: Laís Pompeu/FCecon