Após as constantes pressões de servidores da Funai (Fundação Nacional do Índio), a gestão superior do órgão (em Brasília) decidiu visitar as sedes em Tabatinga (Alto Solimões) e Atalaia do Norte (Vale do Javari) para discutir as pautas reivindicadas pela categoria. Entre elas, a garantia de vida aos trabalhadores das unidades, atualmente expostos a ameaças de piratas, garimpeiros, madeireiros, grileiros e pescadores ilegais.
A visita técnica ocorre a partir desta quarta-feira (27), sob o comando do coordenador geral de pessoas da Funai, Paulo Henrique de Andrade Pinto, e do coordenador geral de monitoramento territorial, Alcir Amaral Teixeira.
O Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Amazonas (Sindsep-AM), que apoia os servidores da região desde o início das manifestações, estará presente por meio do delegado sindical de Benjamin Constant, Raimundo Braga. “Vamos dar suporte aos servidores e à coordenação da Funai em Atalaia, além de colocar nosso posicionamento enquanto sindicato, especialmente a necessidade de garantia à segurança desses trabalhadores”, afirma.
Atualmente, o Sindsep-AM defende a presença da Força Nacional em todas as bases da Funai, inclusive nas terras indígenas, e não apenas na sede das unidades. Além disso, a retomada das fiscalizações nos territórios tradicionais, como é o caso do Vale do Javari, com melhores condições de trabalho e compromisso das forças de segurança.
A coordenadora regional da Funai em Atalaia do Norte, Mislene Metchacuna Martins Mendes, espera que, a partir dessa visita técnica, a direção do órgão possa de fato olhar com mais atenção para as necessidades dos servidores e do serviço na região.
“São muitas as demandas, todas relativas a problemas antigos, que nunca receberam atenção e que só ganharam visibilidade a partir do lamentável assassinato do Bruno e do Dom”, comenta, referindo-se à necessidade de reposição do quadro de pessoal, plano de carreira, segurança e efetiva proteção dos territórios indígenas sob a jurisdição da unidade regional.
Mobilização
O Sindsep-AM também continua a mobilizar a categoria e prepara a realização de uma Plenária Estadual com as servidoras e servidores para discutir a conjuntura no órgão e dar seguimento à unificação em prol das bandeiras de luta que estão sendo levantadas.
“Estamos fazendo gestão junto à Funai para que essa assembleia ocorra no dia 8 de agosto, e nela vamos discutir o ato nacional do dia 9, envolvendo todas as nossas pautas de reivindicações, desde a defesa dos territórios indígenas e não agressão a esses povos, até melhores condições de trabalho, concurso público e gratificação de fronteira”, explica Walter