A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), vinculada à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), investiga o registro de um caso de Leishmaniose Visceral Canina, registrado em Nhamundá (a 383 quilômetros de Manaus). Técnicos da FVS-RCP foram enviados ao município para realizar a investigação in loco que segue até esta sexta-feira (20/04).
O caso de Leishmaniose Visceral Canina foi registrado em Nhamundá, em abril, pela Secretaria Municipal de Saúde do município. A doença é popularmente conhecida como Calazar, é infecciosa e transmitida tanto em cães e seres humanos. O contágio ocorre pela inoculação (introdução) do protozoário Leishmania chagasi através da picada de inseto conhecido como flebotomíneo ou mosquito-palha.
A visita técnica objetiva realizar um levantamento de possíveis vetores da doença no município. “Não há notificação de casos autóctone de Leishmaniose Visceral Canina no Amazonas. Ainda assim, vimos a necessidade de enviar uma equipe da entomologia para fazer levantamento de possíveis vetores para essa doença no município”, afirma a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim.
Em Nhamundá, os técnicos realizam varredura com armadilhas de luz à noite, que atraem os mosquitos, além de busca ativa pelos vetores. “O vetor da Leishmaniose Visceral Canina é o mesmo que ocasiona a doença em humanos. Existindo esse vetor, é possível a transmissão para humanos”, afirma o subgerente de Entomologia do Departamento de Vigilância Ambiental (DVA) da FVS-RCP, Ronildo Baiatone.
Uma equipe da Gerência de Zoonoses do DVA da FVS-RCP também realizou análise, analisando a população canina das proximidades onde foi identificado o cão com Leishmaniose Visceral e não foram detectados cães suspeitos para a doença.
Ainda segundo Ronildo, Nhamundá está localizado muito próximo a municípios paraenses que apresentam o vetor para Leishmaniose Visceral e a própria doença, como os municípios de Juruti e Santarém.
Diagnóstico
O diagnóstico do cão com Leishmaniose Visceral Canina ocorreu, inicialmente, pela análise clínica. O animal apresentou magreza, pelo caindo e unhas crescidas. Um exame sorológico foi realizado no Laboratório Central de Saúde do Amazonas (Lacen-AM) e confirmou a Leishmaniose Visceral.
Visceral
A Leishmaniose Visceral pode ser fatal, principalmente para pessoas com imunidade baixa que fazem parte do grupo de risco para transmissão de Leishmaniose Visceral, muito mais do que a Leishmaniose Tegumentar.
Prevenção
Os flebotomíneos que transmitem a Leishmaniose Visceral estão associados a regiões silvestres, mas podem ser encontrados em áreas com criação de animais, como porco e galinha.
Entre as medidas de prevenção para essa doença está a manutenção desses animais longe da área residencial e afastado de ambiente com mata, além de manter animais de estimação longe desses animais de criação, bem como manter a limpeza regular dessas áreas.