A Rede Feminina de Combate ao Câncer do Amazonas (Rfcc-AM) está em campanha para a arrecadação de valores voltados ao custeio de sutiãs adaptados para mulheres que perderam uma ou ambas as mamas, em decorrência da doença. A presidente da entidade, enfermeira oncológica Marília Muniz, explica que a mastectomia parcial ou total (retirada cirúrgica de parte ou totalidade da mama), abala a autoestima das pacientes e mexe com a feminilidade. Mas, os impactos de procedimentos traumáticos como este podem ser minimizados com muita solidariedade e ações de humanização. As doações podem ser feitas através do PIX 07154473/0001-92 (CNPJ).
A campanha recebe o apoio da Liga Amazonense Contra o Câncer (Lacc), entidade parceira da Rede e que atua há mais de 60 anos acolhendo pacientes oncológicos no Estado.
Marília Muniz explica que, inicialmente, serão adquiridos 500 sutiãs adaptados, com abertura para a colocação de próteses. “Nossa demanda por esse tipo de apoio é grande e, por isso, precisamos do apoio da sociedade”.
Ela lembra que o câncer de mama é o terceiro mais incidente na população feminina do Amazonas, perdendo apenas para o câncer de colo uterino e para o câncer de pele não melanoma. Grande parte das mulheres diagnosticadas com a doença, acaba submetida à mastectomia, especialmente quando a neoplasia ainda está localizada. Ou seja, ainda não se espalhou para outras regiões do corpo, gerando metástase.
O Instituto Nacional do Câncer (Inca), órgão subordinado ao Ministério da Saúde (MS), aponta para 450 novos casos de câncer de mama no Amazonas, a cada ano. A estimativa é de 2020 e a maior parte dos diagnósticos se concentra na capital, Manaus, com 380 mulheres afetadas.
“Aproveitamos o mês da mulher para promover ações de resgate à autoestima. Sabemos que os tratamentos contra o câncer, como a cirurgia e a quimioterapia, resultam em mudanças significativas na aparência das pacientes e isso acaba mexendo com o psicológico da mulher, fazendo com que ela se isole e evite o convívio social, em parte dos casos. Nosso objetivo é reforçar que essas mulheres diagnosticadas precisam se amar e se cuidar, pois isso dá forças para que elas lutem contra a doença e busquem a superação. O envolvimento de profissionais, voluntários e familiares também é muito importante nesse processo, para mostrar que elas não estão sozinhas”, frisou.
Sobre a Rede Feminina
Fundada em 1975, a Rede Feminina de Combate ao Câncer do Amazonas integra uma rede nacional que busca prestar apoio a mulheres que enfrentam os mais diferentes tipos de câncer. Trata-se de uma instituição sem fins lucrativos, que atua através de voluntárias, no desenvolvimento de ações no âmbito da Fundação Cecon (Centro de Controle de Oncologia do Amazonas).
Atualmente a Rede Feminina do Amazonas possui 250 associadas. Sua diretoria é composta por 11 voluntárias. Entre as ações pontuais desenvolvidas pela instituição, estão campanhas em datas comemorativas, educativas e de cunho social.