Assunto de extrema importância para o meio ambiente, para a saúde e qualidade de vida dos moradores de Iranduba (a 40 quilômetros de Manaus), a implantação do aterro sanitário no município será tema de uma nova audiência pública, no próximo domingo (27), promovida pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e pela empresa Norte Ambiental, autora do projeto que está sob análise do órgão.
A reunião do dia 27 acontece às 9h, na Escola Bom Jesus (quilômetro 21 da estrada AM-070 / Manoel Urbano) e irá reunir representantes de diversos órgãos públicos estaduais e municipais, técnicos da empresa e moradores das comunidades Bom Jesus, Novo Catalão, São Sebastião (Cachoeira do Castanho), Divino Espírito Santo (Quilômetro 26), Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e São José (Lago do Limão).
Esta será a segunda audiência pública na qual o projeto para implantação do aterro sanitário de Iranduba – o primeiro do Amazonas que irá operar de acordo com todas as normas ambientais e sociais previstas pela legislação – será apresentado para os moradores do município.
Em novembro do ano passado a primeira reunião contou com a participação de mais de 200 pessoas, além de órgãos públicos como Ministério Público do Estado e Tribunal de Contas do Amazonas.
“A audiência pública é importante e indispensável para esclarecer à sociedade todas as dúvidas sobre o projeto, funcionamento e principalmente esclarecer questões e apresentar as perspectivas futuras para o município, que poderá se tornar referência ambiental da região Norte na gestão de resíduos sólidos”, destacou o consultor ambiental do projeto, Carlos Freitas, doutor em Ciências da Engenharia e mestre em Biologia de Água Doce e Pesca Interior.
Além da audiência no dia 27, o Ipaam (órgão licenciador no estado e responsável pela condução do processo), também já confirmou a realização de outras duas reuniões nos dias 2 e 10 de abril com moradores das comunidades Nova Esperança e Paricatuba, respectivamente.
As audiências públicas fazem parte do processo para expedição da licença ambiental de empreendimentos que exigem EIA/RIMA, como é o caso do projeto do aterro sanitário.
O aterro
O projeto de construção do aterro sanitário de Iranduba que será reapresentado nas audiências públicas a partir do dia 27, prevê a implantação de uma área exclusivamente preparada para receber os resíduos sólidos produzidos no município e que atualmente são despejados em um “lixão” irregular prejudicando e afetando o meio ambiente e também a qualidade de vida de centenas de famílias que residem próximo ao local.
O aterro também possibilitará a proteção do solo, do ar, dos lençóis freáticos e da fauna, uma vez que a área será impermeabilizada com camadas de materiais especiais para sua proteção e o chorume, material proveniente da decomposição de materiais orgânicos, será recolhido e não será despejado no meio ambiente como acontece atualmente.
Por sua vez, animais como urubus, ratos e insetos transmissores de doenças, assim como o frequente mal cheiro comum nos depósitos irregulares também serão eliminados uma vez que todo o material depositado será coberto.
O professor Carlos Freitas destaca ainda que pela legislação federal, todos os municípios brasileiros tem até 2024 para eliminar de uma vez por todas os “lixões” em seus territórios e que o aterro será permanentemente fiscalizado por órgãos ambientais.
“O aterro permitirá o acompanhamento interno de técnicos e profissionais que irão trabalhar no local e também externo, de órgãos como o Ministério Público e secretarias de Meio Ambiente, além de possibilitar uma importante fonte de renda, emprego e impostos para a população e o município”, acrescentou o especialista.
· Fotos da audiência pública realizada em novembro de 2021