O deputado estadual Serafim CorrĂȘa (PSB) defendeu, na manhĂŁ desta quinta-feira, em discurso na sessĂŁo plenĂĄria Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), que os prefeitos do interior do Amazonas concedam o reajuste de 33,24% (R$ 3.845,63) no piso salarial de professores da educação bĂĄsica. Aqueles gestores que decidirem ignorar o acrĂ©scimo, alerta o deputado, poderĂŁo ser denunciados pelos prĂłprios educadores ao MinistĂ©rio PĂșblico do Estado (MPE-AM).
âQuero abordar as consequĂȘncias prĂĄticas disso. Esse aumento o estado do Amazonas e o municĂpio de Manaus jĂĄ pagam mais do que esse valor, os municĂpios que nĂŁo pagam, vĂŁo ter que pagar e com isso os professores jĂĄ receberĂŁo nos seus contracheques, mĂȘs a mĂȘs, o novo valor. Alerto os meus amigos professores para que cobrem transparĂȘncia dos prefeitos e caso, algum deles, se recuse a pagar o piso, compareça ao MinistĂ©rio PĂșblico do Estado, leve os fatos ao conhecimento do promotor, porque Ă© dele a competĂȘncia para acompanhar issoâ, defendeu Serafim.
O lĂder do PSB na Aleam explicou que a lei que trata desse reajuste Ă© a de nÂș 11.738, de 16/7/2008, que instituiu o piso salarial nacional para os profissionais da rede pĂșblica da educação bĂĄsica. Com o reajuste, o piso salarial da categoria passou de R$ 2.886,24 para R$ 3.845,63, segundo o MinistĂ©rio da Educação.
Pela legislação, detalha Serafim, o reajuste de professores Ă© atrelado ao chamado valor por aluno do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação BĂĄsica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) definido pelo MEC. Pela variação da inflação nos Ășltimos dois anos, o reajuste do valor por aluno deve ser de 33% em 2022.
âHavia uma corrente liderada pelo Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional dos MunicĂpios, que queria que o piso fosse pelo Ăndice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Ora, com isso iria sobrar dinheiro do Fundeb e quando chegasse o final do ano voltava aquela confusĂŁo de paga abono ou nĂŁo paga abono. O melhor Ă© que pague salĂĄrio, porque alĂ©m de tudo, quem estĂĄ aposentado tambĂ©m recebe e os que estĂŁo trabalhando atualmente terĂŁo uma aposentadoria melhorâ, avaliou Serafim.
âPortanto, creio que essa luta nĂŁo tem vencidos e nem vencedores. As regras do Fundeb sĂŁo de 2007, 2008. SĂŁo regras muito boas e que fazem justiça, principalmente aos professores, agora, o que todos temos que fazer Ă© acompanhar a evolução dos dados e cobrar transparĂȘnciaâ, complementou.Quando prefeito de Manaus, Serafim defendeu que os professores recebessem acima do piso salarial nacional. âEu tenho a alegria de que, quando fui prefeito de Manaus, jĂĄ pagavam um valor superior ao piso nacional e ainda hoje, em decorrĂȘncia do Plano de Cargos, Carreiras e SalĂĄrios da Semed, os professores do municĂpio de Manaus tem melhores condiçÔes de ganhos e de aposentadoria do que os professores da Seduc. Esse Ă© um orgulho muito grande que tenho da Ă©poca que fui prefeitoâ, concluiu.