O partido argumenta que os cortes e os vetos presidenciais têm levado as universidades e institutos federais a uma situação de colapso.
O Partido Verde (PV) ajuizou, no Supremo Tribunal Federal (STF), a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 940, em que pede a concessão de medida cautelar para que a União restabeleça, imediatamente, o repasse dos recursos previstos na Lei Orçamentária de 2022 para universidades federais e Institutos Federais de Ensino Superior (IFES). O relator da ação é o ministro LuÃs Roberto Barroso.
Colapso orçamentário
Na ação, o partido argumenta que os repasses de verbas públicas têm sido objeto de cortes sistemáticos pela União, evidenciados pelos vetos presidenciais à s dotações orçamentárias destinadas ao financiamento do ensino superior. Com isso, as universidades federais e os IFES têm mantido suas atividades de maneira precária e com sérias limitações, com “flagrante prejuÃzo” ao ensino, à pesquisa e à extensão. Na sua avaliação, os cortes podem levar o sistema público de ensino superior ao colapso orçamentário e à pane administrativa.
Segundo o PV, a situação caracteriza um estado de coisas inconstitucional, pois fere direitos e garantias constitucionais, como a autonomia didático-cientÃfica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial das universidades. Outro argumento é que a gravidade dos cortes e os sucessivos vetos de repasses têm impossibilitado até mesmo a manutenção do ambiente das aulas nessas instituições, inclusive do ponto de vista do planejamento para a volta das atividades presenciais.
Retomada dos repasses
O pedido de liminar visa determinar a retomada dos repasses da União à s instituições federais a despeito de autorização do Congresso Nacional e da Presidência da República, de modo a garantir a manutenção das atividades acadêmicas. O partido requer, ainda, que a União seja impedida de reter ou contingenciar os recursos previstos para as universidades no Orçamento 2022 e que a recomposição orçamentária observe os mesmos valores do último ano em que houve aulas presenciais, “a fim de garantir o retorno seguro das atividades universitárias e acadêmicas em todo o paÃs”.