Na comparação com o ano anterior, a energia ficou quase 16% mais cara no estado.
O Amazonas foi um dos estados em que a energia elétrica mais aumentou no ano de 2021. Os consumidores locais tiveram que pagar quase 16% a mais na conta de luz na comparação com o ano anterior. No ano passado, os amazonenses pagaram, em média, R$ 0,80 por cada quilowatt-hora (kWh) consumido de energia elétrica. Em 2020, porém, a tarifa média era de R$ 0,69 por kWh. Os dados são da Superintendência de Gestão TarifÔria (SGT), da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Os consumidores residenciais e as pequenas empresas fazem parte do chamado mercado cativo do setor de energia elétrica. Nesse Ambiente de Contratação Regulada (ACR), os cidadãos e os pequenos empresÔrios só podem comprar a energia da distribuidora que atende a sua região, estando sujeitos às tarifas cobradas por essa concessionÔria.
No entanto, um projeto de lei (PL 414/2021) em tramitação na CĆ¢mara dos Deputados prevĆŖ que todos os consumidores brasileiros possam migrar do mercado cativo para o mercado livre de energia elĆ©trica que, hoje, Ć© restrito aos grandes consumidores ou consumidores especiais ā que usam carga igual ou superior a 500 quilowatts (kW). No Ambiente de Contratação Livre (ACL), cidadĆ£os e pequenas empresas podem escolher livremente de quem vĆ£o comprar energia elĆ©trica e negociar as condiƧƵes do contrato junto a esses comercializadores.
O senador Marcos Rogério (PL/RO) foi relator do PL quando da sua aprovação no Senado. O parlamentar estÔ confiante que a matéria serÔ aprovada também na Câmara dos Deputados. Ele destaca que o marco do setor elétrico vai dar mais liberdade aos consumidores.
āA portabilidade da conta de luz prevista neste texto serĆ” um direito de todos os consumidores, inclusive aqueles de baixa tensĆ£o, que poderĆ£o escolher livremente os fornecedores dos quais comprar energia, ou seja, cada consumidor brasileiro poderĆ” avaliar critĆ©rios como preƧo, fonte a partir da qual a energia Ć© gerada e, assim, definir a sua aquisiçãoā, explica.
Energia mais barata
A ideia do projeto de lei Ć© que todos os brasileiros tenham o direito de escolher de quem vĆ£o comprar energia elĆ©trica atĆ© 42 meses após a sanção presidencial do marco, caso sua aprovação seja confirmada no Congresso Nacional. Segundo a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), o mercado livre de energia responde por 35% da energia consumida no paĆs. PorĆ©m, esse uso estĆ” alocado em apenas 10 mil consumidores ā menos de 0,03% dos consumidores brasileiros.
O presidente da Abraceel, Rodrigo Ferreira, diz que o principal mƩrito do marco do setor elƩtrico Ʃ a abertura total do setor, o que deve ocorrer, no mƔximo, atƩ o fim de 2025 para todos os brasileiros.
āEssa abertura seria tĆ£o revolucionĆ”ria quanto foi a abertura do mercado de telecomunicaƧƵes para a sociedade brasileira. A partir do momento em que o mercado for aberto, vocĆŖ vai ver comercial de televisĆ£o vendendo energia elĆ©trica tal qual vocĆŖ vĆŖ comercial de TV, hoje, vendendo banco, banda de internet, telefonia celular, TV a cabo, streaming. Passa a ser um produto que o consumidor, entĆ£o, pode comprar livremente. Vai haver uma concorrĆŖncia muito grande e a busca por esse atendimento ao consumidor farĆ” o preƧo diminuir. A concorrĆŖncia sempre faz o preƧo diminuirā, afirma.
A expectativa Ć© que novas empresas entrem para o mercado de venda de energia elĆ©trica, que atualmente Ć© um monopólio das distribuidoras. A concorrĆŖncia entre elas deve baratear o preƧo da conta de luz entre 30% e 50%, estima a Abraceel. āSem dĆŗvida alguma a energia no mercado livre terĆ” uma redução significativa de preƧo, como jĆ” tem para a parcela que Ć© livre. Hoje, 85% da energia consumida na indĆŗstria Ć© do mercado livre. A CCEE [CĆ¢mara de Comercialização de Energia ElĆ©trica] vem batendo recordes de migração mĆŖs a mĆŖs. Quem pode ser livre estĆ” migrando e numa velocidade cada vez maiorā, diz Rodrigo.
Da AgĆŖncia Brasil 61