O descarte incorreto de lixo doméstico causou desbarrancamento na rua Treviso, localizada na quadra 50, conjunto Nova Cidade, zona Norte. Casas foram inundadas por lixos trazidos pelas águas da forte chuva de segunda-feira, 17/1. A Prefeitura de Manaus trabalha no local, por meio das secretarias municipais de Infraestrutura (Seminf), e de Limpeza Urbana (Semulsp), realizando estudo topográfico e limpeza. O prefeito David Almeida e o vice-prefeito e titular da Seminf, Marcos Rotta, estiveram no local, na manhã desta quinta-feira, 20/1, para vistoriar os trabalhos.
As residências alocadas na base da erosão tiveram suas estruturas inteiramente comprometidas. Uma equipe técnica da Seminf realiza levantamento topográfico, para que a obra seja orçada e os pontos de acidente do terreno sejam devidamente detectados.
Os estudos realizados pelos engenheiros identificaram que os transtornos são resultado do lixo descartado de forma incorreta na área. “Uma lixeira viciada acabou causando essa grande erosão. Vamos fazer uma intervenção para que maiores prejuízos não voltem a acontecer. Já estamos com equipes de limpeza trabalhando e nossos engenheiros estão atuando para fecharmos um projeto de contenção”, assegurou o prefeito David Almeida.
“O lixo jogado na rua, um dia retorna em forma de tragédia, como essa que nós presenciamos na rua Treviso”, alertou Marcos Rotta.
Até o momento, as estimativas sobre as famílias afetadas pelo incidente são inconclusivas. “Arriscamos dizer que, a princípio, pelo menos três residências tiveram suas estruturas comprometidas”, informou o subsecretário de Serviços Básicos da Seminf, Efrain Aragão. “Vamos prosseguir com a intervenção, para atender a todos que foram prejudicados”, disse.
Além dessa contagem, Efrain explica que há, ainda, uma casa que estava na rua, construída de forma irregular, em cima da rede de drenagem. A Defesa Civil já notificou para que o morador saia do local, pelo risco de desabamento.
“Os moradores não sabem o que fazer nem a quem apelar ou como resolver esse problema. Estamos aqui para ajudar e vamos trabalhar de forma célere em caráter emergencial, conforme determinou o prefeito David Almeida”, garantiu Rotta.
Antes, a rede de drenagem não descia no ponto onde ocorreu a erosão. Uma lixeira a céu aberto, criada pelos moradores, danificou o meio-fio e provocou um ponto de descida na água da chuva, que encharcou e saturou o solo. “Fora o peso do lixo, foi a forte chuva que levou o talude abaixo e causou o rompimento”, disse o titular da Seminf.
Os serviços prestados pela Seminf serão de recomposição do talude e, caso necessário, a construção de uma descida para as águas da chuva. A Semulsp trabalha na limpeza do local.
“No domingo, nós fizemos a coleta de 700 toneladas de lixo da cidade. Cotidianamente, realizamos obras emergenciais e limpeza de igarapé, serviços que, muitas vezes, colocam a saúde dos trabalhadores em risco”, salientou Rotta.
O vice-prefeito fez um apelo à população. “Precisamos que as pessoas contribuam. Se não tivermos o mínimo de consciência, tragédias vão continuar ocorrendo na cidade. É uma questão humanitária. Aqui na rua Budapeste, foram, praticamente, quatro residências afetadas, todas alagadas, tomadas pelo lixo”, lamentou.