Uma reflexão acerca da importância da vida, sob a perspectiva da ação humana. Esta é a temática central do filme ‘Órfãos Por Um Ano’, do diretor amazonense Cleinaldo Marinho, que estreia no próximo domingo (16), a partir das 21h (horário de Manaus), no YouTube e com acesso gratuito.
A obra, que leva assinatura da CM Artecultura & Produções e da Mamulengo Digital, mostra a saga de um grupo familiar indígena que habita uma aldeia imaginária, situada na Serra da Bela Adormecida, no município de São Gabriel da Cachoeira, interior do Amazonas, cidade que dá materialidade à inspiração do roteiro.
Na busca por conferir a produção do Festival Cultural das Tribos Indígenas do Alto Rio Negro, o famoso Festribal, Uaupés, patriarca da família, decide descer a serra com destino a cidade. Porém, ao chegar nela, é surpreendido por um cenário fortemente marcado por orientações de distanciamento social como forma de ‘preservação’ da raça humana.
A partir desse contexto, a trama é desenvolvida conferindo ao espectador a possibilidade de embarcar em uma análise da própria existência, com reverberação no momento atual pelo qual passa a humanidade.
De acordo com o diretor Cleinaldo Marinho, o filme retrata, ainda, as condições inerentes à criação da arte e produção do belo, com motivação fincada no prazer hegemônico de provocar emoções ativadas pelo momento histórico do não estar juntos.
“É essa emoção que faz pensar e sorrir, ao mesmo tempo compõe a linguagem cinematográfica da obra, em que o antagonista se foram diante das atitudes dos próprios protagonistas, na perspectiva da produção de um feito artístico, entremeado de sentidos íntimos não restritos à cultura indígena, mas situados na dinâmica de uma produção cinematográfica universal, a partir da perspectiva Amazônica”, explica ele.
Além de Uaupés, o filme conta, ainda, com personagens batizados como Xiê, Içana, Marié, Tiquié e Curicurcuriarí, todos nomes de rios da região de São Gabriel da Cachoeira. “Um detalhe importante, é que a história que é contada pelo patriarca da família indígena no início do curta, realmente existe e foi contada a mim em uma reserva dos Waimiri Atroari”, revela Marinho.
Vale ressaltar que toda a parte de criação de roteiro, trilha sonora, direção, arte designer de estrutura de cenas, storyboard digital, captação de áudio e preparação de elenco para as dublagens foi de coordenação da CM Artecultura & Produções. Já toda a criação da animação em 3D/Flat Version foi realizada pela Mamulengo Digital, de João Pessoa, na Paraíba, com execução do artista Athos Soja.
Entre os dubladores da animação estão Artur Gomes (Xiê), Beatriz Marinho (Içana), Francy Júnior (Marié), Miguel Marinho (Tiquié), Tyrso Moreno (pajé Curicuriarí), Walter Paulo (Parente) e Batista Lecomte (Uaupés).
A produção, que foi contemplando com o Prêmio Encontro das Artes, oriundo do Edital Cultura Criativa/Lei Aldir Blanc por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Amazonas (SEC), ficará disponível para exibição por 48 horas no link youtube.com/channel/UCuJ35p43_diIgGKf9winpDA