Nesta terça-feira (18) 137.103 pessoas se infectaram com o coronavírus, totalizando 23.211.894 contaminados com a Covid-19 desde o início da pandemia. Marcelo Ferreira, morador de Brasília de 48 anos, faz parte dessa estatística. O que ele não esperava é que os sintomas fossem aparecer um dia após tomar a terceira dose da vacina da Covid-19.
“Eu tomei a vacina em um dia. No dia seguinte comecei a ter sintomas. Eu imaginei que fosse reação a vacina. Só que os dias foram passando e os sintomas não. E isso me fez desconfiar que poderia ser Covid-19. Eu fiz o exame e realmente se constatou que é Covid-19”, conta.
O pesquisador da Fiocruz Brasília, Sergio Nishioka, explica que nesse caso, o paciente já estava infectado antes de tomar a vacina, porém estava assintomático. Além disso, a vacina não altera o resultado do exame.
“Nesses casos, [a pessoa] pode fazer o teste e o fato dela ter sido vacinada poucos dias antes não afeta o resultado do exame. Se a pessoa testar positivo, a explicação provável é de que ela vacinou quando já tinha sido exposta ao vírus e ainda não tinha sintomas. Ou seja, estava no período de incubação da doença. O teste não fica positivo pelo fato de a pessoa ter sido vacinada.”
A afirmativa vale para os testes de RT-PCR e para os testes rápidos para detecção de antígeno, e não se aplica para testes sorológicos feitos por amostras de sangue.
Marcelo acredita que possivelmente deve ter adquirido esse vírus dias antes de tomar a vacina. “Eu estava sem sintomas, tomei a vacina e os sintomas vieram porque teriam que vir mesmo. Eles não estão associados à vacina.”
Segundo o pesquisador Sergio Nishioka, Marcelo está certo e, portanto, não foi a vacina que o fez ter sintomas. “A latência seria um período em que o vírus fica ‘dormente’, e isso não ocorre com o SARS-CoV-2 (coronavírus). Portanto não existe um estímulo, como a vacina, que tire o vírus de sua latência.”
Nesses casos, o período em que o paciente está sem sintomas é chamado de incubação, que é diferente de latência, pode durar de 4 a 5 dias (podendo chegar a 14 dias), e não há nenhum estímulo para que os sintomas apareçam.
Segundo o Ministério da Saúde, 139.805.444 pessoas já tomaram a segunda dose da vacina contra a Covid-19 e 1.131.779 tomaram a dose adicional. A infectologista Ana Helena Germoglio destaca a importância do imunizante.
“Agora, com cerca de um ano que temos experiência de uso das vacinas e de redução considerável da quantidade de mortes, inclusive da quantidade de casos, não tem como não dizer que as vacinas não são eficazes, não são seguras e que não são necessárias.”
“Mesmo quem pegou Covid-19 não deve evitar a vacinação, porque mesmo para quem pegou, a produção de anticorpos não é o suficiente somente com a doença. Precisamos de vários estímulos que se chamam vacina”, acrescenta.
Do Brasil 61