A estreia de “A Hespanhola”, dirigido por Francis Madson, acontece na segunda-feira (24) no Teatro Amazonas (Largo de São Sebastião, Centro) às 19h. O filme integra a cerimônia de encerramento 4º Olhar do Norte ao lado de “Por onde anda Makunaíma”, de Rodrigo Séllos, e é uma pornochanchada de 15 minutos.
“A Hespanhola” conta a história de um casal de seringalistas da Manaus de 1919, auge da Gripe Espanhola, transportado para a cidade em 2020, auge da pandemia do coronavírus. Matheus Sabbá e Julia Kahane interpretam o casal. Denis Carvalho é um técnico de modens.
“O filme trata de refletir as idiossincrasias da burguesia a partir de dois momentos históricos”, explica Madson, que também assina o roteiro e a direção de arte do filme. “Em relação à abordagem estética do curta, o gênero cômico, a pornochanchada e aspectos da teatralidade do Teatro Pobre, essencial, atravessam a condução da proposta. Além disso, ele flerta com algumas referências do Teatro Pânico e da filmografia de Alejandro Jodorowsky, sobretudo em relação à direção de arte”.
Matheus Sabbá, nome de destaque do teatro musical de Manaus, faz sua estreia em curtas em “A Hespanhola”. Para ele, as ironias e os contrapontos do filme foram um desafio. “É um retrato de anos atrás que se chocam com o atual e refletem com ele”. Formada pela Casa de Artes das Laranjeiras (RJ), Julia Kahane ressalta que o filme não é convencional e seus personagens têm ações marcantes. “Eu geralmente em comédia procuro seguir mais a minha intuição e o que vem eu recebo, não julgo nem podo; sugiro e pronto”, explica ela um pouco do seu processo. Denis Carvalho, ator com anos de história no teatro manauara, interpreta o único personagem do tempo presente. “Ele é um homem viril que faz parte de um imaginário que a gente pode identificar tanto na periferia quanto no centro da cidade”.
“A Hespanhola” é uma parceria da Artrupe Produções com a Soufflé De Bodó Company e recebeu apoio da Lei Aldir Blanc – Conexões Culturais 2020, da ManausCult. Também fazem parte da sua equipe nomes como Heverson Batista no som direto e César Nogueira na direção de fotografia e montagem. Filmado entre novembro e dezembro de 2020, a produção gerou 40 empregos diretos e indiretos em Manaus.