O cotidiano do caboclo amazônida e suas peculiaridades retratados por personagens de maneira contundente, mas carregado de leveza do humor necessário para viver a vida. Essa é a proposta no novo espetáculo musical “A farsa da mulher que enganou a morte”, que conta com direção do dramaturgo Francisco Mendes.
Em fase final de produção e com lançamento previsto para esse mês de dezembro, a obra traz para cena lendas do folclore, já conhecidas do público, mas que dessa vez serão recontadas a partir da expertise da mulher nortista, que com sua falsa inocência engana a morte. “A farsa da mulher que enganou a morte” é uma comédia farsesca, onde as aventuras são contadas com muita comicidade, alegria, brincadeira e irreverência, uma forma jocosa de contar as aventuras que o casal “Piquixita” e “Pedro Chicó” vivem.
Contemplado pelo Edital Cultura Criativa/Lei Aldir Blanc – Prêmio Feliciano Lana, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC), “A farsa da mulher que enganou a morte” foi proposta pelo artista Gabriel Bevilaqua, que também assina a direção musical. A classificação do espetáculo é livre.
“No primeiro momento este espetáculo iria ser itinerante e seria apresentado em quatro municípios do interior do Amazonas, em quatro CETIS (Centro de Educação de Tempo Integral). Mas, por conta da pandemia, ficou inviável. Então, decidimos que o espetáculo seria apresentado online, no You Tube. Acreditamos que, dessa forma, poderemos chegar a diferentes públicos”, explicou Mendes.
Quatro atores atuam no espetáculo interpretando oito personagens distintos, que contam as desventuras e aventuras do cotidiano ribeirinho amazônico. Na montagem é possível observar, nitidamente, a presença dos sete pecados capitais
A dramaturgia de Francisco Mendes está comprometida com a compreensão dos valores culturais da Amazônia e dos homens que moram longe dos grandes centros urbanos. Em cena, Karyme Dibo, Nivaldo Mota, Catarine Hak, Jean Melo dão vida aos personagens “Piquixita”, “Pedro Chicó”, “Dona Medonha e a Morte”, “cobrador e moça do bolsa família”, respectivamente. Mendes, faz uma participação especial interpretando Deus.
“Trata-se de um espetáculo criado para discutir a cultura pejorativa, que permeia a imaginação de quem não conhece a realidade dos caboclos ribeirinhos e seus conflitos sociais, econômicos e culturais, dada sua singularidade geográfica e histórica”, ressalta o dramaturgo.
Completando a função social da arte, “A farsa da mulher que enganou a morte” também aborda a preservação do meio ambiente, alertando para a conscientização do uso da água, despejo de dejetos nos rios e igarapés, higiene pessoal e preservação da natureza.