O Ministério Público do Amazonas, pela Promotoria de Justiça de Autazes, instaurou Inquérito Civil para apurar possíveis irregularidades na permanência de balsas de garimpo no trecho do Rio Madeira próximo à comunidade Rosarinho.
O IC nº 001.11.2021 foi instaurado pelo Promotor de Justiça Carlos Firmino Dantas com base em documento recebido da Prefeitura (Ofício Circular nº 271/2021-PMA-GP) que aponta a ocorrência de “grande impacto ambiental, proveniente de extração de ouro sem as devidas autorizações dos órgãos ambientais”, em prejuízo da fauna e flora, bem como da população ribeirinha local.
Relatório preliminar da Procuradoria de Justiça de Autazes aponta que cerca de 300 dragas permanecem no referido local.
Segundo Carlos Firmino Dantas, é função precípua do Ministério Público proteger o patrimônio público, especialmente os biomas, os direitos difusos e coletivos e, ainda, os direitos individuais homogêneos de interesse social que podem sofrer impactos se as referidas balsas continuarem a extrair ouro sem as devidas cautelas e autorizações.
“Mesmo que o delito de extração de minérios, previsto no artigo 55 da lei 9605/98 seja da competência federal, pode estar havendo crime ambiental, que é da competência estadual, bem como pode haver impactos sociais na cidade de Autazes-AM, pelo aumento repentino de garimpeiros e trabalhadores desta área”, explicou o Promotor de Justiça.
Dentre as medidas iniciais tomadas estão a solicitação de fiscalização da Secretaria de Meio Ambiente, para verificar a ocorrência de danos ambientais e identificação dos responsáveis; e, da Secretaria de Assistência Social, para apurar a quantidade de pessoas presentes nas referidas balsas, se há pessoas trabalhando em situação de risco e qual a procedência delas, bem como se há indícios de favorecimento à prostituição no local.
Ao Conselho Tutelar, o MP solicitou que verifique se há crianças ou adolescentes em risco nas referidas balsas ou se algum direito previsto no Estatuto da Criança e Adolescente está sendo atingido.
O MP solicitou ao Ibama que informe as providências a serem tomadas no que se refere à extração ilegal de ouro.
O titular da PJ de Autazes quer, ainda, que o Comando da Polícia Militar em Autazes reforce o policiamento local, tendo em vista a possibilidade de crescimento da violência naquela região.